Canções Sem Terra
MST convoca cantadores/as Sem Terra a enviarem canções para o I Encontro Nacional de Música
Por Solange Engelmann
Da Página do MST
A arte e a música, em sua diversidade de formas e sentidos, tem acompanhado a luta do MST pela terra e por Reforma Agrária, desde o início de suas lutas pelo país. A música tem sido uma das formas simbólicas mais cultivadas pelos Sem Terra para se expressar através da cultura, se relacionar com a natureza, a luta, a vida. “Parece ser difícil achar um momento em que a música não estivesse lá”, afirma Carla Loop, da direção nacional do MST e coordenação do setor de cultura do MST.
Carla conta que é possível contar a própria história do Movimento através das canções, “desde as cantorias ao redor da fogueira em cada acampamento, da animação e força para enfrentar um despejo violento que veio da canção cantada coletivamente, do ritmo para Marchar novamente na luta pela democracia”.
Nesse sentido, o MST inicia as mobilizações junto aos cantadores e cantadoras Sem Terra dos estados e regiões para enviarem canções para o I Encontro Nacional de Música do Movimento, previsto para acontecer de 15 a 21 de outubro deste ano, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, São Paulo.
O Encontro contará com espaços de debates sobre a história da música, musicalidade, a história do MST e a luta pela Reforma Agrária, além de oficinas de corpo e voz, ritmo, melodia e harmonia. A atividade será um espaço intersetorial de vivência e socialização das produções artísticas, com cerca de 200 participantes de todos os estados do país.
A intenção é inserir a música e os militantes artistas do Movimento nas atividades de comemoração dos 40 anos e nos desafios de construção da Reforma Agrária Popular, pois a música também fala da cultura Sem Terra e ao longo dos anos tem sido fundamental para a construção e ressignificação dessa identidade. “São simbolismos que ajudaram a criar nossa identidade e fortalecem nossa unidade, pois um Movimento que faz a luta cantando, não estaria apenas em busca de terra, mas construindo as possibilidades de uma nova sociabilidade”, aponta a dirigente.
Segundo Carla Loop, o Encontro conta com alguns desafios.”Um deles é compor canções rumo aos 40 anos do MST, mobilizando um trabalho criativo para refletir sobre o que cantar em nosso tempo histórico. Outro é realizar um encontro das diferentes gerações que cantam o MST e a terra, com a força musicada de todas as regiões em que o MST fincou bandeira. E assim produzir música como um direito a imaginação, em que os/as camponeses/as expressem sua cultura e luta.”
Outro desafio apontado pela dirigente está na organização da Frente de Música do MST e o fortalecimento do Coletivo de Cultura.
Como enviar as canções?
A partir da organização interna do MST, as cantadoras e cantadores Sem Terra de todo o país têm até o final do mês de agosto de 2023 para enviar suas canções, para o e-mail: [email protected]
*Editado por Fernanda Alcântara