Reforma Agrária Popular

Em MG, Feira da Reforma Agrária pauta cultura, alimentação saudável e resistência

Com o lema “Rompendo cercas, produzindo alimentos”, nove cooperativas e diversas associações produtivas de todo o estado estarão presentes na Feira
Foto: MST MG

Por Agatha Azevedo 
Da Página do MST

Entre os dias 14 e 16 de julho, o Parque Municipal de Belo Horizonte recebe a Feira Estadual da Reforma Agrária, uma ação de cultura, política e comercialização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Ao longo de três dias do evento, o Parque recebe produtos das oito regionais do MST de Minas Gerais, além de contar com as tradicionais Cozinhas da Roça e o autêntico sabor do campo.

No local, os visitantes terão a oportunidade de adquirir produtos saudáveis da reforma agrária direto de quem produz, e conhecer mais sobre as iniciativas do MST através dos espaços de formação que serão realizados na Feira. Além de conhecer sobre os alimentos produzidos pelas famílias, também será possível aprender sobre as iniciativas ambientais que o Movimento tem trabalhado no Vale do Rio Doce e no Paraopeba, que fazem parte do “Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”.

Para Fábio Nunes, do Setor de Produção, a Feira é uma das principais ferramentas de diálogo do Movimento com a sociedade e organização produtiva. “Estamos organizando as cooperativas e associações de todas as regiões do estado, com toda sua diversidade de produção para comercialização. Além disso, estamos articulando uma importante ação de solidariedade, fazendo o debate sobre alimentação saudável, a agroecologia, a soberania e a segurança alimentar.”, explica.

O evento reunirá camponeses e camponesas das áreas de acampamentos e assentamentos do MST de Minas Gerais, além de associações e cooperativas organizadas em todo o estado. Será organizado um espaço de solidariedade com a doação de alimentos saudáveis. Serão organizadas rodas de conversas sobre as temáticas da soberania e segurança alimentar, práticas alternativas em saúde e o debate sobre a função social da terra e a construção da Reforma Agrária Popular. 

No domingo, dia 16, será realizado um Ato em Defesa da Reforma Agrária rumo aos 40 anos do MST, com a participação de João Pedro Stedile e parceiros de Minas. Além da comercialização dos produtos agroecológicos e da Culinária da Terra com os pratos típicos, a programação prevê atrações culturais com artistas populares durante os três dias de evento com o Festival MST por terra, arte e pão. 

Festival MST por terra, arte e pão

Ocupar a capital com a produção agroecológica dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra é levar a cultura camponesa do cuidado com a terra, das novas relações pautadas pelos princípios agroecológicos a toda a sociedade mineira. A partir da ofensiva e da tentativa de criminalização do MST, aponta-se diferentes ferramentas e formas de fazer a luta e o diálogo com a sociedade, e uma delas é o Festival MST por terra, arte e pão. 

Segundo Luana Oliveira, do Coletivo de Cultura do MST, Minas Gerais inicia o Festival no espaço da Feira, mas a ação é ampla, e irá contemplar os armazéns do campo, as capitais e as periferias do Brasil. “Nosso objetivo é construir com os artistas que apoiam o Movimento um espaço para reafirmar o #TôComMST, que seja um espaço de resistência, diálogo com a sociedade e enfrentamento a partir das diferentes ferramentas da cultura”, afirma.

#TôcomMST

Foto: MST MG

A Feira da Reforma Agrária se insere no contexto das lutas políticas deste período, e portanto é também mais um palco de diálogo com a sociedade e de defesa dos movimentos sociais e da reforma agrária. Nesse sentido, tem como objetivo mobilizar a sociedade em torno da resistência à criminalização do MST, expressa recentemente com a criação de uma CPI sem fundamentos. A proposta é aliar na feira às dimensões da luta pela terra, às ocupações como elemento central do avanço na produção de alimentos saudáveis e no combate à fome.

Reunindo apoiadores e apoiadoras da luta pela terra e da Reforma Agrária Popular, a campanha #TôComMST posiciona a defesa do Movimento na centralidade da luta política, frente a necessidade de criminalização da organização popular na atualidade, através de uma ação combinada no parlamento e das representações do agronegócio na sociedade.

*Editado por Fernanda Alcântara