Alimentos Suadáveis

Feira leva variedade da produção de feijão do MST para Belo Horizonte

O grão ocupa parte das bancas de comercialização da 4ª Feira Estadual da Reforma Agrária, que vai até domingo (19), no Parque Municipal
O feijão demarca um lugar importante na produção saudável das famílias Sem Terra. Foto: Dowglas Silva

Por Mara Santos e Gustavo Marinho
Da Página do MST

Entre a diversidade de alimentos orgânicos e agroecológicos produzidos pelas famílias acampadas e assentadas do MST, o cultivo do feijão ganha destaque em quase todas as regiões do país. Em Minas Gerais não é diferente. O feijão ocupa parte das bancas de comercialização da 4ª Feira Estadual da Reforma Agrária em Belo Horizonte, demarcando o lugar deste importante alimento na produção das famílias Sem Terra.

São muitas variedades: feijão de corda, feijão guandu, catador, fradinho, guarani, carioca, bico de ouro, feijão de todas as cores, branco, preto, amarelo, roxo, verde, rosinha e vermelho. Já os pratos preparados com o feijão vão desde os tropeiros, feijão bebido, feijão seco, feijão em caldo, feijão pagão, tutu de feijão, feijoada, tem até doce de feijão, e não dá para esquecer o acarajé, que também é preparado com a massa de feijão. E o capitão de feijão? Quem nunca experimentou? 

Antes de chegar até a Feira o feijão tem uma longa trajetória, seu cultivo exige intenso trabalho, que se realiza de forma individual, coletivo ou em mutirão: prepara a terra, seleciona o grão, cava muitos berços, três sementes em cada. A terra acolhe, semente germina, espera cinquenta, sessenta dias ou até três meses, dependendo da variedade. A planta cresce, folhas verdes, depois amarelas, secam e é hora de colher. Depois de colhido, bater, selecionar e embalar.

Fotos: Dowglas Silva

“O feijão nutre o solo, enriquece e oxigena a terra, permite a policultura combinando com a diversidade,  pode ser plantado em um consórcio com o milho ou a mandioca”, nos lembra Samuel Costa, do MST no Norte de Minas. 

E acrescenta: “existe uma diferença entre o feijão crioulo e o feijão convencional. Grãos convencionais constituem em pouquíssimos nutrientes, enquanto a semente crioula possui grande riqueza alimentar nutricional”.

Também o cuidado das famílias em armazenar o feijão é algo feito de diversas formas, nas tuias, no barro, no litro, no saco, há também quem “imunize” o feijão com o próprio barro, uma forma de garantir a conservação por mais tempo, resultando em uma produção com qualidade e sem o uso de agrotóxicos. 

Fotos: Dowglas Silva

Com toda esta riqueza e muitas terras férteis para produzir, o Brasil ainda segue importando feijão, colocando a necessidade de continuarmos rompendo as cercas e produzindo alimentos.    

Feira da Reforma Agrária 

Uma bonita representação do cultivo do feijão está presente nas diversas barracas da Feira do MST em Belo Horizonte. Com programação até o próximo domingo (16), a Feira acontece no Parque Municipal, na capital mineira, com entrada gratuita e aberta ao público.

Com representação da produção de alimentos agroecológicos de todo o estado, a Feira do MST em sua 4ª edição em Minas Gerais fortalece a aproximação de quem vive na cidade, com quem produz no campo, numa demonstração do papel e importância da Reforma Agrária na produção de alimentos saudáveis para abastecer a cidade e enfrentar a fome, com muito feijão na mesa do povo brasileiro.

*Solange Engelmann