Cultura popular

“A luta pela terra implica a luta pela cultura”: uma conversa com o coletivo de cultura do MST

Em entrevista Carla e Douglas explicam o funcionamento do Coletivo Nacional de Cultura do MST e sugerem políticas públicas para fomentar as culturas do campo
Ópera “Café” no Theatro Municipal de São Paulo. Foto: Marcel Uyeta

Por Anna Ortega
Do Nonada Jornalismo

O que significa cultura para o MST? Carla Loop, da direção nacional do Coletivo de Cultura, explica que as manifestações artístico-culturais têm papel central na luta por justiça social. Para Douglas Estevam, integrante da frente de teatro, o próprio movimento tem a cultura como um de seus pilares dentro de seu projeto estratégico e de transformação da sociedade. 

Em entrevista ao Nonada Jornalismo, Carla e Douglas explicam o funcionamento do Coletivo Nacional de Cultura do Movimento, sugerem políticas públicas para fomentar as culturas do campo e avaliam a disputa simbólica que as produções culturais precisam ter em um contexto em que o sertanejo do agronegócio tenta dominar os territórios. 

“O debate do simbólico é uma pauta nossa. Nessa ideia de ‘agro é pop, agro é tech, agro é tudo’ eles sintetizaram como se fosse esse o projeto de campo, mas a gente tem visto o quanto isso se esmorece, quando vemos os trabalhos escravos, o envenenamento da terra, a saúde da população, a exploração do trabalho e toda questão ambiental”, explica Carla. 

A diretora também sinaliza a importância da produção cultural do campo ser visível aos olhos do Estado. “Para além de construir escola, posto de saúde, casas para as pessoas morarem, a gente precisa pensar na construção de espaços culturais, de modo que aquilo que já foi produzido chegue no campo. E que as pessoas que ali vivem, e produzem cultura – seja artística, alimentar, das diversas maneiras -, também possam acessar formas de fomentar e desenvolver arte.”

Os pesquisadores analisam a responsabilidade histórica do Movimento de tratar de traumas históricos que marcam sua história, como o Massacre de Eldorado do Carajás, um dos maiores massacres de camponeses no Brasil, ocorrido em 1996, no Pará. Douglas explica que um dos debates mais contemporâneos do Movimento é situar sua luta historicamente. “Conheci uma sobrevivente do Massacre, uma mulher que foi ferida, e perdeu familiares, e ela dizia ‘nós estamos aqui hoje para rememorar, não para ficarmos presos no passado, mas para nos dar força para lutar pelo futuro e seguir vivendo’. Por mais dolorido que seja, o cultivo da memória serve para se manter vivo.”

Confira a entrevista completa: 

Nonada Jornalismo – Antes de entrarmos na conversa sobre cultura, como o MST entrou na vida de vocês? 

Carla Loop – Sou Sem-Terrinha de formação. Minha família entrou no MST na década de 90, no Assentamento Ireno Alves do Santos em Rio Bonito do Iguaçu (Paraná). Desde jovem, acessei espaços de formação do Movimento, porque há uma preocupação com isso, organizar sua juventude. Na escola, tive acesso a uma formação que o coletivo de cultura do MST organizou quando estava no processo de criar grupos de Teatro por todo Brasil, a partir da Brigada Nacional de Teatro do MST, chamada Patativa do Assaré, feita junto do dramaturgo Augusto Boal – conhecido por uma atuação popular, envolvido com a luta e com os camponeses. Ele contribuiu com o MST e ajudou a gente a formar grupos teatrais por todo território. 

Esse foi o primeiro contato mais direto com a cultura que eu tive. A partir disso, posso me considerar uma militante do Movimento, porque foi quando assumi tarefas de ajudar a organizar o coletivo de cultura no estado do Paraná. Pulando no tempo, pelas tarefas que eu assumi, fui convocada para vir para Escola Florestan Fernandes [Guararema, no interior de São Paulo], onde contribuí por oito anos, e esse ano estou na tarefa de direção do Coletivo de Cultura do MST, e atuo desde a nossa Secretaria Nacional em São Paulo. 

Douglas Estevam – Eu nasci na periferia de Osasco, município da grande São Paulo. Meus pais são de origem nordestina, camponeses, e vieram para São Paulo nos anos 60. Comecei a trabalhar muito cedo, com 11 anos, até o momento em que fui operário metalúrgico em uma grande empresa. Foi aí minha primeira experiência mais relacionada à militância, em função do movimento grevista. Paralelamente, fiz uma oficina de teatro com o pernambucano Inácio Gurgel, que tinha participado de uma greve durante a ditadura, o AI-5, justamente nessa fábrica em que eu trabalhava. 

Comecei a me aproximar do MST, MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e MMC (Movimento dos moradores do centro de São Paulo) fazendo trabalhos de teatro. Também comecei a contribuir com formações e pesquisas no MST, com o João Pedro Stédile, um projeto de pesquisa sobre a questão agrária no Brasil que resultou em 10 livros (1988). Eu combinava essas duas dimensões: o trabalho cultural e as atividades de pesquisa no Movimento. Atualmente, estou na Escola Florestan Fernandes. 

I Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, 2020. Foto: Matheus Alves/MST

Nonada – O que é a cultura dentro do MST? 

Carla – Estamos falando de um movimento camponês, que luta por Reforma Agrária, por Justiça Social, então a cultura tem uma tarefa de luta e resistência dentro dessa organização. Nós temos um Coletivo de Cultura organizado dentro do MST, que desenvolve tarefas que ajudam o movimento a desenvolver a sua missão na produção de agroecologia, de relações saudáveis, de cuidado com a infância, de participação efetiva das pessoas LGTBQIA+, de combate a todas as formas de preconceito. 

O MST também construiu ao longo de sua história uma pedagogia Sem Terra, que organiza não só a escola neste formato seriado, mas que envolve o conhecimento da realidade, das famílias que moram no local. O nosso ‘A’ tem que olhar para o ‘A’ de acampamento e de assentamento. Quando falamos de cultura no MST, falamos em novas formas de construção de vivência desde um campo que se organiza, que ainda pauta a necessidade de uma reforma agrária popular, que dialoga com a cidade, com a missão de produzir alimento saudável. O MST quer fazer outras relações com as pessoas que estão nesse lugar urbano. Eu começaria por aí. O que você diria, Douglas? 

Douglas – O próprio MST tem uma concepção de cultura , porque é um movimento social que tem a dimensão cultural dentro de seu projeto estratégico e de seu projeto de transformação da sociedade.  Ela é estrutural dentro do projeto e isso desdobra desde os coletivos, até a concepção de que a cultura faz parte do conjunto do movimento e não só de um setor. Em 40 anos, o projeto foi amadurecendo, se desenvolvendo com o tempo, e mudando conforme a história e a própria base social que compõem o movimento. O MST não nasceu acabado 40 anos atrás, é um projeto que está sempre em aprofundamento para responder aos desafios históricos.

 Então, a própria compreensão do nosso projeto de reforma agrária se constitui como referência para o nosso projeto cultural também. A própria relação com a natureza, com a terra, e com os próprios bens comuns também. Até mesmo as dimensões estéticas estão incluídas, como o embelezamento dos territórios e a própria organização arquitetônica dos assentamentos e dos acampamentos – como se constrói os barracos, como se organiza as hortas, os espaços produtivos. Todos têm uma relação estética. 

Na nossa concepção coletiva, além da reforma agrária e da justiça social, a gente também busca a formação humana. E essa formação se dá pelo próprio processo de luta e organização. O próprio Movimento é esse grande pedagogo.

Nonada – Em termos de organização, como o coletivo de cultura se organiza para pensar as diferenças regionais entre os estados? Como as regiões se comunicam entre si? 

Carla – A gente segue a organização que o MST tem em seus diferentes setores. O MST se organiza em nível local, nos assentamentos e acampamentos, com suas famílias. Em nível estadual, temos as referências, que compõem a coordenação dos setores de trabalho. E depois, as direções nacionais. No nível local, as pessoas que querem lutar pela terra, que têm essa necessidade, vão percebendo que a luta pela terra implica uma luta pela cultura, saúde, educação, e assim vão se constituindo militantes dessa organização. 

A realidade local traz as próprias demandas, então em algumas regiões as linguagens artísticas pautam o coletivo de cultura. Desde o início, a música é uma frente de atuação muito forte, que embala a ocupação da terra, que ajuda a fazer resistência contra os despejos, que anima os espaços de sociabilidade, as chamadas noites culturais, os saraus. Depende muito da realidade e da cultura de cada região. Já em nível estadual e nacional, temos feito um grande trabalho para garantir que cada estado tenha pessoas de referência de coordenação do coletivo de cultura. Além da música, temos o teatro, as artes plásticas e a literatura. Temos projetado o Encontro Nacional de Música do MST, o Festival Nacional de Literatura do MST. 

Temos o desafio de garantir que as referências de todas as regiões componham o coletivo nacional. No Nordeste, você vai ter com muita força as manifestações de cultura popular. Só no Ceará, temos mais de 30 grupos do MST que fazem parte das festividades e quadrilhas juninas do estado. Na região amazônica, temos uma organização maior a partir da literatura, da poesia, temos vários militantes que escrevem. 

Douglas – Isso, temos essas frentes, mas elas não esgotam a produção cultural do MST. Tem milhares de pessoas que tocam, ou que fazem outras formas de manifestação, como grupos de folia, de maracatu, de samba. Tem uma vivência cultural que é muito mais ampla do que conseguimos acompanhar enquanto coletivo de cultura. Isso não é um problema, pelo contrário. O que mais temos cuidado é para que a arte e a cultura não sejam uma “especialização”, assim como outras dimensões do movimento. Tentamos evitar ao máximo a fragmentação. A nossa concepção é que todo Sem-Terra pode fazer arte. E que não seja uma divisão, do tipo “esses são os artistas”, “aqueles são os que cantam”. 

Outro foco importante é a produção das Místicas do MST que configuram uma das manifestações culturais mais genuínas do Movimento, mais fundadoras. A Mística acontece desde o início e constitui um traço cultural bem específico, embora tenha referência de outras tradições – como a teologia da libertação e a comissão pastoral da terra. Também se tornou referência como fonte de organização, tanto no Brasil, como em outros países, a partir da atuação internacionalista do MST. Essa dimensão cultural é muito complexa e diversa, no sentido da sua riqueza. As frentes de cultura do Movimento tentam estimular e impulsionar essa diversidade. Alimentar o que já existe no cotidiano. 

Nonada – O que faz mais sentido dizer: ‘Culturas do campo’ ou ‘Culturais rurais’? 

Foto: Matheus Alves/MST

Carla – Esse debate rende. Nós utilizamos o termo ‘campo’, porque em todo debate falamos em um projeto de campo para o país. No setor da educação, a gente fala em uma educação ‘do’ campo, que não é ‘para’, nem ‘lá’ no campo. É com as pessoas que vivem no campo, então é também a reivindicação de que tem pessoas, que têm construção e possibilidade de vida digna. O rural sempre esteve bastante atrelado a um lugar de atraso, de não ter pessoas, que o agronegócio vende como monocultura. 

Nonada – Que tipo de políticas públicas podem ser implementadas no sentido de incentivar a produção cultural do MST? 

Carla – Nós precisamos de um envolvimento do Estado para pensar uma cultura do campo. É muito histórico o abandono, seja do direito ao acesso – que inclusive é constitucional. Pela prática, nós não temos conquistado terra, e tampouco direito à cultura. Infelizmente, mesmo no processo de luta pela democracia que a gente passou, de eleição do Governo Lula, de retomada do MinC, a gente ainda tem feito críticas pela ausência desse específico do campo, quando você vê a elaboração dos editais da Lei Paulo Gustavo – que é, nesse momento, uma grande ação do Ministério da Cultura. 

Ou mesmo de pensar no desenvolvimento da reforma agrária, no mapeamento de áreas agricultáveis no Brasil, para poder tirar essas 60.000 famílias que temos acampadas hoje. Precisamos pensar no desenvolvimento de ações de cultura. Para além de construir escola, posto de saúde, casas para as pessoas morarem, a gente precisa pensar na construção de espaços culturais, de modo que aquilo que já foi produzido chegue no campo. E que as pessoas que ali vivem, e produzem cultura – seja artística, alimentar, das diversas maneiras, também possam acessar formas de fomentar e desenvolver arte. 

Nós temos tentado fazer esse debate de forma organizada, inclusive já apresentamos uma pauta para o MinC recentemente, na nossa jornada de Abril, colocando esses 3 eixos: acessar cultura, produzir cultura e desenvolver ações que estruturam equipamentos culturais em nossos territórios. Para que os circuitos culturais, que hoje estão muito focados nas capitais ou em cidades pólo, possam chegar no campo. 

Douglas – Para dar alguns exemplos, tem muitos lugares onde grupos de teatro do MST foram os únicos grupos de teatro de municípios. Tem municípios onde sessões de cinema são organizadas apenas pelo MST.  São muitos territórios onde o principal organizador cultural é o Movimento. 

Nonada – Vocês poderiam comentar sobre a presença do agronegócio no setor cultural?

Douglas – É uma tentativa de constituir um modelo cultural, pautado pelo agro. Ficou iminente as questões do financiamento público e privado do sertanejo, mas também é um dos gêneros musicais mais consumidos no Brasil, e que constitui um imaginário marcado pelo racismo, pelo sexismo e pelo empreendedorismo. 

É uma disputa ideológica e uma tentativa de constituição de uma hegemonia, em torno do de produção, mas também constitui uma disputa de modelos de imaginário, de referência de comportamento, de relações sociais, de desejos, de uma formação subjetiva. O agronegócio atua neste campo também. Isso nos coloca um desafio na luta do campo cultural, porque a gente sabe que a luta de classes sempre teve a dimensão da cultura, mas que apresenta uma nova especificidade neste momento histórico. 

Carla – O debate do simbólico é uma pauta nossa. Nessa ideia de ‘agro é pop, agro é tech, agro é tudo’ eles sintetizaram como se fosse esse o projeto de campo, mas a gente tem visto o quanto isso se esmorece, quando vemos os trabalhos escravos, o envenenamento da terra, a saúde da população, a exploração do trabalho e toda questão ambiental. Isso ajuda a conectar que a cultura é um eixo que ajuda a formular, no campo das idéias, uma visão de campo que não é real, que esconde essas contradições. E é cantado esse campo, principalmente, pelo sertanejo universitário. Eles investiram muito dinheiro nessa área, então nos interessa fazer essa disputa. 

Nonada – Como vocês enxergam a responsabilidade do MST de lidar com dor e traumas do nosso país?. O Brasil tem trabalhado com ideias como a criação de um museu para falar da escravização no Cais do Valongo. O MST trabalha esse tipo de memorial, em casos como o de Carajás, por exemplo?

Douglas – Como falamos no início, temos essa compreensão do Movimento como sujeito pedagógico. Dentre essas matrizes formativas, além da cultura, uma outra é a história. Desde o início do MST, precisamos enxergá-lo dentro de um processo histórico. A compreensão de que não foi ele que começou a luta pela terra, e que a nossa luta se insere na dos povos originários, dos povos escravizados, que é uma continuidade dessa luta que configura a formação colonial do nosso país escravocrata. 

Essa dimensão de história e memória estabelece um vínculo com gerações passadas e também é importante para uma projeção de futuro. A gente tem feito um trabalho bem forte em torno da memória e da história do MST, em razão dos 40 anos que vamos completar ano que vem. 

O Massacre de Eldorado do Carajás, infelizmente, tem um significado muito forte para nós, por ter sido um dos maiores massacres de camponeses no Brasil. Eu estive lá em abril, que foi o mês em que aconteceu, e todo ano eles fazem uma ocupação na Estrada, e um ato de memória. Um ato de não deixar esquecer o que aconteceu. Conheci uma sobrevivente do massacre, uma mulher que foi ferida, e perdeu familiares, e ela dizia ‘nós estamos aqui hoje para rememorar, não para ficarmos presos no passado, mas para nos dar força para lutar pelo futuro e seguir vivendo’. Por mais dolorido que seja, o cultivo da memória serve para se manter vivo. 

Famílias Sem Terra do Acampamento Jean Carlos localizado entre os municípios de Caruaru e Toritama/PE. Foto: Bianka Eduarda/MST

Nonada – O MST trabalha muito próximo das juventudes e da infância. Como vocês enxergam o papel da Revista Sem Terrinha, e dessas ações mais focadas na cultura para infância? 

Carla – O Sem Terrinha é levado para todos os espaços que o pai e a mãe frequentam. Eu vivi isso com a minha família e faço isso com o meu filho. Por uma luta essencialmente das mulheres a gente conquistou as Cirandas Infantis, que é um lugar coletivo, que ajuda a pensar ações enquanto os pais estão em alguma reunião, ou processo formativo, as crianças estão sob um olhar pedagógico e que também ajudam a desenvolver a identidade de Sem Terrinha. A gente vive hoje em um centro urbano, não estamos perto da roça, no cultivo com a terra, então a ciranda vai ajudar a trazer esses elementos e valores para além de pensar em formar valores de convivência, coletiva. 

Douglas – As próprias ocupações já são feitas com as próprias crianças também. Isso configura uma forma de luta da qual desde o início elas participam. A gente desenvolve uma série de ações artísticas e culturais também voltada para o público infantil. Vários CDs foram gravados, depois essas músicas se tornaram parte do imaginário coletivo e no Brasil inteiro se ouve as cirandas. Nas escolas, a gente tem a Revista Sem Terrinha, publicada pela Expressão Cultural, com vários temas e histórias. Isso acontece nas diferentes linguagens artísticas. É uma produção pensada ‘com’ e ‘para’ as crianças.

Nonada – Por fim, como as pessoas podem acompanhar os projetos de Cultura do MST? 

Carla- Duas dicas. Nós estamos falando muito: venha fazer uma vivência com MST! Venha conhecer uma ocupação de Terra, um assentamento ou acampamento. Ajudar a gente a divulgar essa campanha é bem importante, porque a gente tem sido muito criminalizado com essa CPI, as fake news, e todo debate que ocorre. No lugar onde você mora, vá conhecer uma área nossa, porque você vai encontrar uma escola, um grupo de jovens fazendo algo vinculado à arte.

Neste próximo semestre, a gente está projetando fazer festivais do MST em várias capitais e cidades, como parte da campanha “Tô com MST”, para a gente pautar a reforma agrária, a ocupação de terra como legítima e necessária. E pautar a produção cultural como um lugar de a gente fazer política, a arte como lugar de fazer política. Entre agosto e novembro, devem sair pelo menos dez festivais. Além disso, temos Instagram, Site do MST, uma página com atividades de formação que fizemos durante a pandemia. E também temos uma rede com o Whatsapp, que as pessoas podem se cadastrar. 

Douglas – A gente tem consolidado e ampliando uma rede de espaços de Armazém do Campo, porque a gente entende a produção alimentar e a alimentação como produção cultural. Também são espaços que recebem lançamentos de livros, atividades culturais e debates de projetos.