Juventude

No Ceará, MST realiza XVI Encontro Estadual da Juventude Sem Terra

O encontro acontece na Universidade Estadual do Ceará (UECE) e conta com representação de todas as regiões do estado somando mais 300 jovens de assentamentos e acampamentos
XVI Encontro da Juventude Sem Terra do Ceará. Foto: Aline Oliveira

Por Aline Oliveira 
Da Página do MST

Entre os dias 24 a 27 deste, o Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) iniciou o XVI Encontro da Juventude Sem Terra do Ceará, com o tema “Juventude Sem Terra: combater o agro, garimpo e a mineração, romper as cercas, alimenta a nação”. O encontro acontece na Universidade Estadual do Ceará (UECE) e conta com representação de todas as regiões do estado somando mais 300 jovens de assentamentos e acampamentos, além de representações de movimentos do campo popular.

O XVI encontro estadual da juventude Sem Terra do Ceará tem como objetivo retomar o processo organizativo, analisar a conjuntura política e agrária apontando os desafios da juventude dos assentamentos e acampamentos, planejar ações para o fortalecimento da Reforma Agrária Popular.

A programação teve início na tarde de ontem, 24, com a analise de conjuntura política e agrária e segue intensa com mesas de debate sobre o  papel da juventude Sem Terra na construção da Reforma Agrária Popular, ato político em defesa da Reforma Agrária e contra a criminalização dos movimentos populares, ato de rua “Tô Com MST”, planejamento da construção dos 40 anos do MST, o plano nacional “Plantar arvore produzir alimentos saudáveis”, o acampamento nacional da juventude e escrevivências literária, além das mesas, durante o dia também haverá oficinas de autocuidado, agitação e propaganda, capoeira, muralismo, batucada, stencil, dança, parodias, tranças, artes digitais, fotografia e audiovisual, literatura, e autodefesa. As noites também serão recheadas de cultura Sem Terra, com apresentação de teatro, cantores da terra, sarau escrevivências literária, banda de lata Caldeirão do Som e forró Juruviara.

O reitor da Universidade Estadual do Ceará, Hidelbrando Soares, destaca a importância da juventude utilizar o campo da universidade  para realizar processos formativos “é uma alegria receber em nosso campo principal da universidade o XVI encontro estadual da juventude Sem Terra, essa parceria entre a universidade e o MST vem de longa data e sempre acolhemos de forma muito afetuosa, consideramos o MST um dos movimentos mais importantes da história recente do Brasil, seja pela sua persistente luta por Reforma Agrária, seja pelo trabalho de organização”.

“A XVI edição do encontro estadual da juventude Sem Terra acontece em um momento muito impar da história da nossa universidade, nós estamos hoje em pleno processo de interiorização da nossa universidade ampliando o nosso raio de atuação no interior do estado, com a criação de 3 novos campi, 8 novos cursos, na mesma linha de preocupação que a juventude Sem Terra tem com educação pública em particular com a educação superior” conclui Hidelbrando.

Foto: Aline Oliveira

Bruna Gloria, jovem de 20 anos do Assentamento Cajueiro Redenção, no município de Crateús destaca importância do encontro para forjar novos militantes para a luta “É de extrema importância essa inserção do protagonismo juvenil. Lembro que essa chama de despertar para ter uma visão holística de mundo partiu desde as minhas primeiras participações nos encontros dos Sem Terrinhas e daí então, essa chama só foi aumentando e se formando a cada encontro da Juventude Sem Terra que participei, fazer parte do coletivo de juventude hoje é um dever prioritário de minha militância política”.

“Acredito que esse encontro cumpre um papel de trabalho de base, aprendo, mas também recebo a possibilidade de compartilhar nos assentamentos, acampamentos, comunidades, tentar chegar ao máximo onde os jovens estão, levando a formação política para aqueles/as que compõem a nossa base social”, finaliza Bruna.

Já Erivan Veríssimo, jovem do Assentamento Maceió em Itapipoca relata que é a primeira vez que participa do encontro e conta sobre as expectativas “eu sou estudante da escola do campo, já participei de outras formações la mesmo na escola, mas estar aqui no encontro pela primeira vez é motivo de muita alegria, é muito gratificante vê a juventude envolvida, se desafiando a aprender o novo, a conhecer o movimento, que já vai fazer 40 anos, e sei que é nosso papel renovar e assumir as tarefas, as expectativas são as melhores possíveis, estou muito grato pela oportunidade”.

Foto: Aline Oliveira

Renato Araújo, dirigente do coletivo de juventude Sem Terra do Ceará destaca a importância da realização do encontro para o fortalecimento dos processos organizativos da luta “a realização do XVI encontro estadual de juventude do MST coloca para o movimento a necessidade de realizar atividades massivas, organizativas e formativas para juventude de nossos territórios, esse ano na sua XVI edição vem em um momento em que a juventude assume esse papel de defender o movimento, mas também de apontar novas perspectivas de vida no campo e na defesa de um projeto de Reforma Agrária mais tecnológico”.

“nosso encontro é também esse espaço de cultura, de impulsionar a mística, a rebeldia, de conspiração e de planejar os nossos assentamentos e acampamentos a partir da perspectiva da juventude e de como a juventude também assume o comando do movimento a partir desse contato” finaliza Renato.

Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural

Nesse 25 de julho, Dia do Trabalhador e da trabalhadora rural a Juventude Sem Terra vai as ruas denunciar o agro, o trabalho escravo, garimpo e a mineração. O ato de rua acontece a partir das 15 horas na praça do Ferreira no centro da cidade de Fortaleza.

“além da formação a juventude precisa ocupar as ruas, é na teoria e na prática revolucionária que a militância se forja” Renato Araújo.

*Editado por Erica Vanzin