Reforma Agrária Popular: 5 iniciativas do MST na Bahia em números

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

No estado da Bahia, a luta pela terra e pela Reforma Agrária se manifesta há muitas décadas, em especial na perspectiva do MST. Ao longo de quase 40 anos, o Movimento sua marca na história do estado, impulsionando a conquista de novas perspectivas para milhares de famílias, transformando acampamentos em prósperos assentamentos.

Hoje, com 31.208 famílias acampadas e 13.000 famílias assentadas, os números falam por si, evidenciando o impacto positivo da Reforma Agrária na vida dessas pessoas. São pessoas lutando incansavelmente pelo direito a um pedaço de chão para cultivar, construir um lar e realizar o sonho de uma vida melhor.

O esforço e dedicação do MST são evidentes nos quase 250 acampamentos e 168 assentamentos espalhados pelo estado, onde a solidariedade e a coletividade prevalecem. Em cada pedaço de terra ocupado em 121 municípios, há uma comunidade unida, lutando pela sobrevivência e resistindo às adversidades com coragem e esperança.

São terras férteis onde as famílias assentadas encontram espaço para plantar suas raízes, cultivar alimentos e construir um futuro com dignidade. Confira abaixo algumas das iniciativas que provam, em números, como o MST na Bahia vem promovendo Reforma Agrária Popular.

1. Solidariedade na Pandemia

Desde março de 2020, foram doadas mais de 342 toneladas (ou 342 mil quilos) de alimentos, sendo mais de 40 tipos de alimentos diferentes, nas 10 regiões organizadas pelo MST na Bahia; Foram mais de 1000 litros de leite e também mais de 150 doações de sangue, além de materiais de higiene, máscaras e álcool gel.

2. Enchentes de 2021

Em 2021, fortes chuvas atingiram o sul da Bahia, causando enchentes que atingiram 30 municípios e deixaram 3,7 mil desabrigadas(os), além de 70 mil pessoas na região em situação de emergência.

Neste contexto, o MST distribuiu 13.465 marmitas, 120 toneladas de alimentos e 17 mil cestas básicas, garantindo sustento de inúmeras famílias em tempos de dificuldades. Além disso, a Brigada Solidária de Saúde do MST, com sua equipe de médicos, enfermeiros, psicólogos e agentes populares de saúde, levou atendimento a mais de 1.000 pessoas, proporcionando cuidados essenciais. A solidariedade também se estendo à limpeza das casas, apoio logístico com caminhões e cozinha coletiva, além da doação de roupas, medicação, calçados e produtos oriundos das áreas de assentamento e acampamentos.

3. Plantando Alimentos

Na perspectiva do Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimento Saudável, desde o início do Plano já foram 1.266.444 árvores plantadas em áreas degradadas e fortalecer a segurança alimentar da população: 389.312 em 2020, 535.410 em 2021 e 304.418 no ano passado.

Além disso, já são 11 viveiros coletivos espalhados por assentamentos nas regiões do Extremo Sul, Chapada, Recôncavo e Nordeste, com capacidade de produção anual de 284 mil mudas demonstra a importância da preservação da biodiversidade e o fomento da agricultura responsável. Além disso, estes espaços tem inserção do Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis nas escolas, com a temática sendo incorporada nos Projetos Políticos Pedagógicos.

4. Educação do Campo

O MST na Bahia também possui um compromisso com a Educação do Campo, proporcionando oportunidades significativas para cerca de 12 mil educandos e educandas que vivem em áreas de acampamento e assentamento. No total, são 120 escolas dedicadas a atender as necessidades específicas dessas comunidades rurais, guiados por mais de 700 educadores dedicados, que atuam como agentes de mudança, levando conhecimentos técnicos e práticas agroecológicos para as salas de aula. São destaques a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egidio Brunetto, em Prado; a Escola Técnica de Agroecologia Luana Carvalho, em Ituberá; e o Centro de Formação Pátria Livre, em Vitória da Conquista.

5. Produção

Atualmente o Movimento tem produzido alimentos que são comercializados nas feiras locais e tem atuado em um processo de organização produtiva a partir da agroecologia nos territórios baianos. O Movimento organiza a sua produção no que chamamos de Cadeias Produtivas, na Bahia 15 cadeias produtivas são centrais, com destaque para Cadeia do Arroz, do Café, Sucos, Frutas, Cacau, Leite, Mandioca.

*Editado por Gustavo Marinho