Assassinato

MST exige justiça para feminicídio contra companheira Sem Terra em PE

Marleide Viera, assentado do MST em Pernambuco foi assassinada pelo ex-companheiro. Sem Terra cobram justiça pelo crime e seguem lutando contra as violências nos territórios da Reforma Agrária
Marleide Viera. Foto: Arquivo pessoal

Da Página do MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Pernambuco vem a público informar a sociedade, nossa militância e base do Movimento, que nossa querida companheira Marleide Viera teve a sua vida interrompida diante de um feminicídio cometido por Antônio Macedo Godin, de 49 anos, conhecido como Cid, por volta das 22 horas desta quinta-feira (24). 

Marleide mãe de três filhos morava no assentamento Julia Siqueira no município de São José do Belmonte, na região central de Pernambuco. Uma camponesa que gostava de trabalhar na terra, foi uma acampada e assentada histórica do MST, e daquelas que recebia os militantes com muita animação. Mesmo quando perdeu uma filha num trágico acidente de trânsito, recuperou as forças para continuar resistindo e morando no assentamento. 

O assentamento Julia Siqueira criado em 2011 foi considerado um feito histórico na retomada da luta contra o latifúndio em São José do Belmonte, o primeiro acordo foi assentar 24 famílias, entretanto pelos entulhos burocráticos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) instituiu uma Relação de Beneficiário (RB) com 14 assentados (as). Os Sem Terra resistiram para que o Estado assentassem as dez famílias, como forma de resistência parcelaram a terra em partes iguais para 24 famílias, e recentemente a três anos todos foram incluídos na RB, inclusive nossa querida Marleide. 

Seu ex-companheiro era suspeito do assassinato, o que foi recentemente confirmado pela polícia, de que ele foi autor do crime de feminicídio. A PM fez várias investidas para capturar Cid, porém, o assassino continua foragido. Os trabalhadores e trabalhadoras do MST exigem que ele pague pelo crime que cometeu de forma integral, pelo rigor da justiça. 

Nós do MST, mulheres, homens e LGBTI+ não aceitaremos em nossos territórios nenhum tipo de violência. E seguimos buscando eliminar aquilo que nos oprime, os que nos matam, e construir novas relações de afetos verdadeiramente humana e livres de qualquer tipo de violência. 

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Pernambuco, 25 de agosto de 2023.