Violência no Campo

Famílias do acampamento Quintino Lira, no Pará, é alvo de ameaças no campo

Desde o final de semana, as famílias Sem Terra estão sendo ameadas por pistoleiros e pelo fazendeiro Marcos Bengtson, em Santa Luzia do Pará
No mês de agosto, o acampamento completou 16 anos, e as famílias que realizaram atividades esportivas e brincadeiras hoje vivem temerosos com a perseguição sofrida. Foto: MST

Por Comunicação do MST no Pará
Da Página do MST

O acampamento Quintino Lira, que resiste há mais de uma década pelas famílias Sem Terra, é alvo de violências da Família de Josué Bengtson, com interesse na terra pública ocupada pelos trabalhadores e trabalhadoras para criação de assentamento.

A família Bengtson acumula um histórico de violência no campo. A fazenda Cambará, hoje acampamento Quintino Lira, é terra pública, com uma parte gerenciada por Marcos Bengtson, filho do ex-deputado federal Josué Bengtson (PTB).

A fazenda Cambará, alvo de disputa dos Bengtson, é uma área de mais de seis mil hectares de terra grilada. A área também faz divisa à terra indígena da etnia Tembé, que no mês de junho recebeu a entrega simbólica da titulação da Terra Indígena do Alto Rio Guamá. No mês de agosto, o acampamento completou 16 anos, e as famílias que realizaram atividades esportivas e brincadeiras hoje vivem temerosos com a perseguição sofrida.

Vista aérea do acampamento Quintino Lira. Foto: Tião Oliveira

Marcos Bengtson é acusado de ser mandante do assassinato de José Valmeristo Soares, o Caribé, liderança Sem Terra que teve a vida ceifada após uma emboscada em 2010. Mais um caso de impunidade no Pará, pois não houve avanços no julgamento e o acusado responde o processo em liberdade.

Os Bengtson também são responsáveis pela pulverização aérea de agrotóxicos na fazenda em 2021. A ação criminosa atingiu todas as comunidades próximas. O caso foi denunciado e comprovado pelas secretarias de saúde e do meio ambiente do município.

As famílias do Quintino Lira relatam novamente as agressões ao acampamento. “Eles entraram na área e ameaçam destruir nossas roças e nossa casa de farinha, além de ameaças de morte” denunciam as famílias acampadas.

Escola do acampamento Quintino Lira. Foto: MST/ Divulgação

Inúmeros boletins de ocorrências já foram feitos. Após 13 anos de injustiça e morosidade dos órgãos públicos em solucionar e desapropriar a área pública para fins de reforma agrária, o fazendeiro volta a ameaçar e intimidar as famílias acampadas.

Confira o vídeo:

*Editado por Fernanda Alcântara