Intervenção Militar no Haiti

Conselho de segurança da ONU, presidida pelo o Brasil, determina intervenção militar no Haiti

Foto: Ricardo Cabano

Por Brigada Internacionalista Jean Jaques Dessalines
Da Página do MST

Em assembleia especial na ONU, ocorrida no dia 02 de outubro, o conselho de segurança da ONU, é composto por 05 países permanentes China, França, Rússia, Reino Unido da Grã-Betânia e Irlanda do Norte, e, os Estados Unidos da América, e 10 países não permanente Albânia, Brasil, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça. Este conselho decidiu por 13 votos a favor, 2 abstenções (China e Rússia) a medida que autoriza uma intervenção militar no Haiti, com o comando militar do país Kênia.

A tropa, de acordo com o governo Kêniano, tem data de 01 de janeiro para desembarcar no Haiti. A medida tem previsão inicial de durar um ano, porém não está descartado o seu prolongamento.

O papel do Brasil no Haiti

No ano de 2004, ano em que a Revolução Haitiana completou 200 anos, foi iniciada uma intervenção militar no Haiti, com o nome de MINUSTAH. Esta intervenção foi comandada pelo o exército brasileiro sob o comando de general Heleno, em 2005 o general comandou uma operação chamada “punho de ferro” na cidade de Citè Soley, em uma grande periferia com precárias casas. De acordo com órgãos de direitos humanos foi um massacre, foram disparadas mais de 22 mil balas em meio a população e dezenas de mulheres e crianças foram assassinadas (CASTRO; MARQUES, 2019). O general Heleno, ainda em 2010, afirmou “Que a MINUSTAH como operação militar era excelente, mas como operação de paz, não tinha mais sentido”(SEITENFUS, 2017).

Passados 19 anos, o Brasil figura novamente com um papel decisivo e novamente negativo na história do Haiti. O governo brasileiro que não se responsabilizou pelos crimes cometidos no Haiti, crimes cometidos por seus militares, estará durante o mês de outubro na presidência do conselho de segurança da ONU, e como tal, assume a responsabilidade de acordar uma intervenção militar no Haiti. Entre a euforia do terceiro mandato de Lula e o papel do Brasil na política mundial, existem os desrespeitos com a soberania do povo Haitiano.

O povo Haitiano tem por dever continuar resistindo

Em 01 de janeiro de 2024, a Revolução Haitiana completará 220 anos, e não por acaso, as forças imperialistas e racistas armam um outro ataque contra a soberania Haitiana.

É notório, como países com políticas neocoloniais, usam o Haiti como um brinquedo para suas aventuras, e como as organizações sociais, ainda não se atentaram para o que ocorre no Haiti.

O povo Haitiano segue pagando a dívida por ousar viver livre, pagando a dívida por ser um povo negro, pagando a dívida por falar crioulo. Pelo o Haiti, dizemos não a invasão militar! Dizemos, nós resistiremos!

*Editado por João Carlos