Comunicação

MST inicia Escola Nacional de Comunicação Popular

Atividade iniciou na última terça (31) na Escola Nacional Florestan Fernandes, com representação de todas as regiões do país

Escola reúne comunicadores do MST em São Paulo. Foto: Daniel Violal

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Foi dada a largada para a Escola Nacional de Comunicação Popular do MST nesta última terça-feira (31), na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP). A iniciativa reúne 30 comunicadores e comunicadoras Sem Terra, das cinco regiões do país, com o objetivo de avançar na formação técnica, política e estética em torno das principais plataformas e ferramentas na atualidade.

Para dar conta dessas questões, serão dez dias de estudo, com uma programação que contempla o debate em torno de temas centrais no campo da Batalha das Ideias, oficinas práticas de fotografia, audiovisual, redes sociais, design, além da socialização de experiências de comunicação popular construídos pela classe trabalhadora nos últimos anos.

A Escola de Comunicação aponta como principal desafio a formação de formadores, tendo no centro do processo pedagógico, a necessidade de continuidade dos estudos e multiplicação do conhecimento nas regiões, estados e territórios onde o MST está organizado. De acordo com Mariana Castro, do Setor de Comunicação do Movimento e integrante da Coordenação Política Pedagógica (CPP), o processo de continuidade só será efetivado com envolvimento organizativo.

Fotos: Sara Sulamita

“Nossa Escola de Comunicação é um espaço de aprendizado coletivo, construída através da luta social, organização do Setor de Comunicação e muita coragem. Ela foi desenvolvida com múltiplas possibilidades metodológicas e tudo isso foi intencional. Queremos que cada participante, ao retornar para seu estado, possa aplicar essas metodologias em processos de formação locais, multiplicando o potencial da nossa comunicação popular. Mas para isso, precisamos construir iniciativas de formação em comunicação e fortalecer a organicidade construída pelo MST junto ao Setor de Comunicação”, explica Castro. 

O espaço, além dos comunicadores e comunicadoras populares, reúne intelectuais e representantes de organizações que atuam na construção de processos de comunicação. Nomes como André Pasti, integrante do Intervozes e professor pela  Universidade Federal do ABC, Helena Martins, escritora e professora na Universidade Federal do Ceará (UFC), e Luís Indriunas, jornalista do De Olho nos Ruralistas, passarão pela Escola de Comunicação. 

Além disso, os estudantes conhecerão outras experiências de comunicação popular durante o processo de formação, como da TV Quilombo, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Barão de Itararé, Coletivo Diracom, Jamac e ComCom, Estudo de Cena, Brasil de Fato, Intervozes, Seremos Resistência e Mídia Ninja. 

A ideia desses espaços de socialização de experiências, segundo Castro, é garantir a possibilidade de apresentar novas experimentações técnicas e políticas acerca do fazer comunicacional, “inspirando novos processos organizacionais”.

*Editado por Gustavo Marinho