Reforma Agrária

Assentamentos em Tacaratu serão contemplados com ações do Governo Lula, via Incra de Petrolina – PE

Ações incluem melhorias em habitação, abastecimento de água e créditos em assentamentos do MST
Reunião no Incra em Petrolina (PE), para discutir e planejar ações nas áreas de crédito no Semiárido. Foto: MST em Pernambuco 

Por Francisco Terto
Da Página do MST

Representantes do MST, o prefeito Washington Angelo de Araújo, o secretário de agricultura Júnior Teixeira, técnicos da prefeitura e o gestor do Incra, Edilson Barbosa, se reuniram no Incra em Petrolina, Pernambuco, para discutir e planejar ações nas áreas de crédito no Semiárido, Pronaf, Habitação e assistência técnica, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento da região.

Um passo importante é o encaminhamento do crédito Semiárido no valor de 16 mil reais por beneficiário. Esse recurso está direcionado especificamente para suprir as necessidades de abastecimento de água nas quintas e o consumo nas casas das famílias. Contudo, para garantir a conclusão do projeto hídrico abrangente, está em andamento a busca por recursos adicionais, por meio de uma emenda parlamentar, visando atender às 16 agrovilas do MST. Este projeto inclui a construção de uma adutora com 30 km de extensão, que coletará água destinada às famílias Sem Terra no município.

Outro ponto relevante é o crédito para habitação nova, atualmente avaliado em 75 mil reais. Esse recurso será direcionado para beneficiar os assentados de Abreu e Lima que ainda não possuem moradias adequadas. Além disso, está prevista a elaboração do Pronaf “A” com um valor de 40 mil reais, com o propósito de apoiar a produção agropecuária na região. Essas medidas representam passos significativos em direção ao desenvolvimento sustentável e à melhoria das condições de vida das comunidades camponesas.

Um sonho coletivo

Em 2004, durante o primeiro mandato do Governo Lula, um momento histórico se desenhou com a criação de três assentamentos no município de Tacaratu. Essas áreas foram cuidadosamente destinadas para acolher as famílias Sem Terra que, anteriormente, tinham suas moradias no Acampamento Quixabinha, localizado às margens de um canal entre os municípios de Petrolândia e Tacaratu.

Assentamento Antônio Conselheiro. Foto: Jeferson Lacerda

Os assentamentos fundados receberam o nome de “Antônio Conselheiro”, em uma escolha de nome carregada de simbolismo. Esse nome faz referência à simbologia da Terra Prometida, frequentemente utilizada pelo Beato Antônio Conselheiro para inspirar os sertanejos a lutar pelo sonho da conquista da terra e melhores condições de vida. No total, 564 famílias foram contempladas por esse projeto, o que resultou na formação de um complexo de assentamentos subdividido em territórios, denominados Antônio Conselheiro I, II e III.

Devido à proximidade geográfica e à forte identificação cultural, a maioria das famílias dos assentamentos nutria um forte sentimento de pertencimento ao município de Petrolândia. A maioria dos acampados originava-se da cidade de Petrolândia. No entanto, devido a limites geográficos, o poder público enfrentava desafios para realizar ações estruturantes, uma vez que todas as nove agrovilas estavam localizadas dentro do espaço geográfico do município de Tacaratu. Apenas uma pequena parte do Assentamento Antônio Conselheiro II se estendia até o município de Petrolândia. É relevante destacar que, em termos de distância, as agrovilas mais próximas de Tacaratu estavam, em média, a 20 km de distância, enquanto se encontravam a apenas 2 km da sede de Petrolândia. Essa configuração geográfica complexa apresentava desafios logísticos e administrativos que precisavam ser superados para garantir o desenvolvimento efetivo dessas comunidades.

As ações dos programas e políticas públicas que beneficiaram os Sem Terras foram, em grande parte, resultado de um esforço conjunto entre o Governo Federal e um grupo de militantes e técnicos que desempenharam um papel crucial na conscientização das famílias. Nesse processo, foram estabelecidos direitos e deveres cívicos em relação à luta por direitos e à articulação com o poder público do município de Tacaratu.

Com a retomada do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) durante o terceiro mandato do Governo Lula, estabelecendo uma parceria entre o Incra e a Prefeitura de Tacaratu, os assentados e assentadas estão vivenciando novas conquistas. Essa iniciativa representa um importante passo na busca por melhorias para as comunidades rurais, promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento e o bem-estar dos moradores dessas áreas.

De acordo com Edilson Barbosa, Gestor do Incra, o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) tem gerado resultados extraordinários para a Reforma Agrária. Para o prefeito de Tacaratu, Washington Angelo de Araújo, destaca que”a reunião foi produtiva, estamos trazendo propostas para moradia, abastecimento de água e crédito”. Essas declarações ressaltam o impacto positivo da parceria entre as entidades e o empenho conjunto em direção ao progresso das comunidades rurais.

Outro assentamento do MST no município de Tacaratu, Abreu e Lima (Boi Caju), fundado em 2006 e com 400 famílias assentadas, também será beneficiado com ações do Governo Federal e da Prefeitura, incluindo habitação e abastecimento de água para a produção agrícola e o consumo doméstico.

Além dos assentamentos no município de Tacaratu, vale destacar que outro assentamento do MST, Abreu e Lima (Boi Caju), fundado em 2006 e com 400 famílias assentadas, também está prestes a receber benefícios das ações conjuntas do Governo Federal e da Prefeitura.

Entre as medidas planejadas, também estão ações relacionadas à habitação, bem como melhorias no abastecimento de água, destinadas a fomentar a produção agrícola e atender às necessidades de consumo doméstico. Essas iniciativas demonstram o compromisso em fortalecer as comunidades camponesas e promover o desenvolvimento agroecológico, estendendo o alcance desses esforços para além de um único assentamento.

*Editado por Erica Vanzin