Reforma Agrária Popular

“Não há desenvolvimento sem garantir a mãe de todas as reformas: a Reforma Agrária”

Em evento no interior de São Paulo, parlamentares e aliados do MST discursam em defesa da terras públicas, de políticas públicas e pela Reforma Agrária Popular
Foto: César Gomes

Por Coletivo Regional de Comunicação do MST Pontal do Paranapanema
Da Página do MST

Hoje acontece em Euclides da Cunha Paulista, região do Pontal do Paranapanema, o Encontro Regional do MST, onde estão reunidas cerca de 300 pessoas entre assentados, acampados e aliados da Reforma Agrária. O objetivo do Encontro é debater os temas que envolvem a arrecadação de terras públicas para formação de novos assentamentos rurais e discutir políticas públicas para a agricultura familiar, como crédito para produção, habitação, comercialização de alimentos e outros.

A abertura do evento contou com uma mesa de saudações e falas iniciais de Zelitro de Luz, da Coordenação Nacional do MST, os Deputados Federais Sâmia Bomfim (Psol) e Nilto Tatto (PT), os Deputados Estaduais Simão Pedro, (PT), Marcia Lia (PT) e Ana Perigini (PT). Também fizeram falas o representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pe. Jurandir Lima, do representante da Associação dos Funcionários do Itesp (AFITESP), Robson Ivani, e do dirigente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Presidente Prudente e Região (SINTRAPP), Gilmar dos Nascimento.

Conforme apontou Zelitro da Luz, “olhar para esses nossos camaradas, é olhar para companheiros e companheiras, mesmo que em trincheiras distintas nessa nossa batalha. Precisamos sair daqui com uma compreensão coletiva, e comprometimento de alterar a conjuntura. Nós estamos vivenciando uma das maiores crises da história. Inclusive, com ameaças de ideias reacionárias, neofascistas, retrógradas, e que precisamos combater todos os dias.”

Foto: Diógenes Rabello

Ele continuou defendendo que “o mundo está dividido entre aqueles que querem a manutenção dos poderosos e explorar a classe trabalhadora, e aqueles que não aceitam essa condição e promovem o enfrentamento. Temos uma grande divisão entre exploradores e explorados. E precisamos ter consciência disso! Terra conquistada é sonho realizado. Nós não queremos veneno sobre a nossa cabeça, queremos dignidade”.

A mesa também fez uma denúncia pública sobre a Lei Nº 17.557/2022, que entrega as terras públicas nas mãos dos grileiros, Lei esta que está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos aspectos da institucionalidade. As falas questionaram os interesses políticos do Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em acelerar a entrega dos títulos com preços mínimos aos latifundiários grileiros.

Neste sentido, trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra foram chamados à manter a organização e a mobilização no enfrentamento a entrega dessas terras, pressionando publicamente as instâncias judiciais para que essas terras sejam arrecadadas para a Reforma Agrária.

Foto: Diógenes Rabello

Para Sâmia Bomfim, “encontros como esse, nesse momento de retomada, são de oportunidade única para reconstrução de nosso país. A presença de tantos parlamentares e do Ministro, é uma oportunidade de debater as urgências da Reforma Agrária. Mais do que emendas, precisamos de políticas estruturais para pensar os trabalhadores do campo. Para que o Brasil, de fato, mude sua lógica de desigualdade e o combate à fome seja uma política central no nosso país. Não podemos pensar no desenvolvimento do país sem garantir a mãe de todas as reformas, que é a Reforma Agrária, que está conectada com a resolução dos atuais problemas da sociedade”.

A programação do Encontro seguirá pela tarde com a presença do Ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira; o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), César Aldrighi; a Superintendente do INCRA em São Paulo, Sabrina Diniz; e o Diretor do CEAGESP de Presidente Prudente, Cledson Mendes.

Foto: Diógenes Rabello

*Editado por Fernanda Alcântara