Produção

Governo federal se reúne com produtores de arroz orgânico do Rio Grande do Sul

Representantes do MST detalharam as perdas na produção decorrentes de temporais e enchentes na região metropolitana

Representantes do MST, de cooperativas ligadas ao movimento e da Prefeitura de Nova Santa Rita foram recebidos pelo governo federal. Foto: Lucas Leffa/Secom-PR

Da Redação do Brasil de Fato RS

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, se reuniu nesta terça-feira (28), com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de cooperativas ligadas ao movimento e da Prefeitura de Nova Santa Rita. O assunto foram as enchentes e temporais em Nova Santa Rita, Eldorado do Sul e Viamão que atingiram os agricultores locais.

Os assentamentos do MST nesses municípios foram afetados pelas enchentes que causaram perdas na produção de arroz agroecológico. A região concentra a maior área plantada de arroz orgânico da América Latina.

Em alguns locais, a perda da lavoura de arroz chegou a ser de 100%, de acordo com o dirigente estadual Cedenir Oliveira, o que tem causado diversos prejuízos aos agricultores. Segundo ele, no município de Eldorado do Sul, mais de 2,7 mil famílias tiveram que sair de suas casas. Além do arroz, a lavoura de hortaliças foi prejudicada.

Segundo o dirigente estadual do MST Cedenir Oliveira, em alguns locais a perda da lavoura de arroz chegou a ser de 100%. Foto: Lucas Leffa/Secom-PR

O ministro Paulo Pimenta afirmou que o governo federal acompanha de perto e tem muito interesse que a situação seja amenizada. Pimenta ainda destacou que é necessário avaliar cada item da pauta apresentada. “É importante prepararmos uma resposta para todos esses itens”, finalizou. Será feita uma segunda reunião para abordar o assunto e analisar mais detalhadamente.

Também estiveram presentes na reunião representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDS); Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS); Ministério da Fazenda (MF); Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); da Defesa Civil; da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR); e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O ministro Paulo Pimenta adisse que o governo irá preparar uma resposta para todos os itens apresentados na reunião. Foto: Lucas Leffa/Secom-PR

Assentados se mobilizam nesta quarta-feira

Assentados de Nova Santa Rita, Eldorado do Sul e Viamão, atingidos pelas enchentes do Rio Jacuí, vão para as margens das BRs logo cedo da manhã desta quarta-feira (29). O objetivo é dialogar com a sociedade e expor a grande perda na produção agroecológica da região. As famílias pedem ações do governo do estado e federal para amenizar os impactos das inundações. A ideia é reunir ao menos 200 pessoas em cada cidade.

Em Viamão, a manifestação será na entrada do Assentamento Filhos de Sepé. Em Nova Santa Rita, na BR 386, Assentamento Santa Rita de Cássia 2, e em Eldorado do Sul, na BR 290, entrada do Assentamento Lanceiros Negros.

Além da enchente, os agricultores têm enfrentado a estiagem prolongada nos últimos três anos com diversos estragos na cadeia produtiva do leite, arroz e feijão.

O MST está solicitando a todos os órgãos, tanto em nível federal como estadual, ajuda para conseguir manter o Projeto de Produção de Arroz Orgânico e as hortas das famílias atingidas. “A transição agroecológica é um processo que acompanha a nossa história, desenvolvida em torno das relações que constituímos com a natureza”, destaca o produtor de arroz Marildo Mulinari, conhecido como Tubiano.

O movimento está pedindo medidas estruturantes que atendam a demanda de produção de forma urgente, como:

– Renegociação das dívidas de todos os agricultores atingidos;

– Investimento através do Plano Camponês;

– Crédito emergencial de R$ 15 mil por família para aquisição de equipamentos e utensílios de produção;

– Linha de Recurso Emergencial com subsídio dos governos federal e estadual;

– Infraestrutura de estradas além de barragens.