Nota de Pesar

MST lamenta a morte do pensador quilombola Nêgo Bispo

Ele se dedicou em promover diálogos e reflexões sobre a importância da representatividade e dignidade do povo quilombola
Nêgo Bispo. Foto: Guilherme Fagundes/divulgação

Da Página do MST

É com profundo pesar que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recebeu a notícia do falecimento de Antonio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo, que ocorreu neste domingo (03), dias antes de completar 64 anos.

Formado pelos ensinamentos do povo do quilombo Saco-Curtume, localizado em São João do Piauí (PI), tornou-se um importante líder e intelectual quilombola no país. Nêgo Bispo foi autor de artigos, poemas e livros, despertando debates dentro e fora da academia, sobretudo a partir do conceito de “contra-colonização”.

Para ele a colonização foi e é um processo etnocêntrico que busca substituir uma cultura pela outra, por meio de práticas de invasão, expropriação e etnocídio.

Além disso, Nêgo Bispo se dedicou em promover diálogos e reflexões sobre a importância da representatividade e dignidade do povo quilombola, com seu incansável trabalho sobre identidade, resistência, agricultura e empoderamento negro. No centro dessas discussões, Bispo foi um lutador incansável das causas sociais, se destacando como um grande defensor da justiça social e do reconhecimento cultural e histórico das terras e povos quilombolas.

Nos deixa fisicamente com um legado impactante e seguirá inspirando as futuras gerações na defesa dos territórios, na valorização e preservação de toda a cultura e identidade do povo preto quilombola. O MST estende sua solidariedade aos familiares, amigos e se compromete em seguir lutando por terra e no fortalecimento das lutas populares, assim como o nosso querido amigo Nêgo Bispo.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
04 de dezembro de 2023, São Paulo – SP