Encontro Estadual

“Estamos plantando sementes para colher o futuro”, afirma dirigente do MST em MG

Fala ocorreu durante o 32º Encontro Estadual do MST em Minas Gerais que acontece até domingo (10), em São Joaquim de Bicas
Atividade reúne cerca de 400 trabalhadores/as acampados e assentados do MST no estado. Foto: Matheus Teixeira

Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST

Teve início nesta sexta-feira (8), o 32° encontro estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) de Minas Gerais, realizado em São Joaquim de Bicas, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Atividade conta com a presença de 400 trabalhadores/as acampados e assentados de todo o estado.

O primeiro espaço de debate foi dedicado à análise da conjuntura política e dos desafios do Movimento para o próximo período. De acordo com Silvio Netto, da direção estadual do MST, a atual crise do capitalismo impõe o aprofundamento da exploração sobre o trabalho e sobre os bens da natureza. Diante disso, ele propôs três linhas de atuação: o combate ao governo Zema, a defesa da Reforma Agrária Popular e o acúmulo de forças no campo da esquerda.

Foto: Matheus Teixeira

“Zema representa tudo o que o MST combate e por isso, a luta pelo Fora Zema é uma prioridade para o movimento. Assim como seguir na defesa da Reforma Agrária Popular, que se constrói a partir da contradição do modelo de mineração que está presente em 720 municípios de Minas Gerais. E claro, acumular forças no campo da esquerda popular para garantir nossas conquistas. Nós estamos plantando sementes para colher o futuro”, avaliou Netto.

O dirigente relembrou os crimes da mineração que vitimaram centenas de pessoas em Minas Gerais nos últimos anos. “Estamos na bacia do Paraopeba, à beira do rio. Temos 272 joias que se perderam. É preciso ressaltar aqui a nossa indignação”, afirmou.

Diante da aproximação das eleições municipais em 2024, Netto destaca os limites da ocupação institucional para a luta dos trabalhadores Sem Terra. “Embora seja importante ter parlamentares e governos aliados, a tarefa histórica do MST é mobilizar, ocupar as ruas, em defesa dos direitos da classe trabalhadora”, defendeu.

Ao mesmo tempo, ele também chama a atenção para o fato de a extrema direita permanecer viva e atuante, mesmo diante da derrota eleitoral de 2022. O que coloca a necessidade da esquerda organizar lutas para mudar esse cenário.

“Esse modelo não foi derrotado, está vivo, e tem ocupado os espaços vazios das ruas. Na luta de classes não tem espaço vazio. E nós temos a tarefa de enfrentar o neofascismo de todas as formas. Por isso, preparemos nossa militância”, conclamou.

No mesmo sentido, Michelle Capuchinho, assentada na região da Zona da Mara mineira e membro da direção estadual do MST, destacou a necessidade de fortalecer o trabalho político de base no campo e na cidade.

Foto: Matheus Teixeira

“A luta pela Reforma Agrária Popular é uma luta do povo, e o povo não está só no campo, mas também nas periferias das cidades. Por isso, nós temos a tarefa de estar na cidade, na roça, fazendo o trabalho de base e levando nossa mensagem”, defendeu.

Além dos espaços de debate, o 32° Encontro Estadual do MST de Minas Gerais conta com uma ciranda para o cuidado com as crianças, uma mostra de produtos dos territórios da reforma agrária nas diversas regiões do estado, a Cozinha da Roça, com o preparo da alimentação para os participantes da atividade e um espaço para o cuidado com a saúde dos participantes. O encontro vai até o próximo domingo (10).

*Editado por Solange Engelmann