Agricultura Familiar

Representantes de Universidade chinesa visitam UnB para conhecer tecnologias agrícolas

Atividade faz parte de cooperação internacional para construção de um Centro de Pesquisa entre os dois países
Parceria entre universidades e MST é na área de bioinsumos e de maquinário agrícola para agricultura familiar. Foto: Marla Galdino

Por Valmir Araújo
Do Brasil de Fato | Brasília (DF)

O intercâmbio de técnicas e tecnologias para o desenvolvimento da agricultura familiar foi o foco de uma visita realizada nesta segunda-feira (29) por professores e pesquisadores da Universidade Agrícola da China (CAU, sigla em inglês para China Agricultural University) à Fazenda Água Limpa, área agrícola da Universidade de Brasília (UnB), localizada à 28km do Campus Universitário Darcy Ribeiro.

Fundada em 1905, a CAU é o instituto de agricultura mais antigo da China e é considerado, por rankings internacionais, a segunda melhor universidade da área da agricultura no mundo.

De acordo com o reitor da CAU, Zhenghe Song, essa visita à UnB tem como objetivo fortalecer a parceria entre as duas universidades e também das técnicas e tecnologias para o desenvolvimento agrícola. “Espero que possamos melhorar cada vez mais a nossa agricultura, por meio desse intercâmbio”, enfatizou o reitor da universidade chinesa.

Em setembro do ano passado, UnB e CAU assinaram uma documento formalizando uma parceria para a construção do Centro Brasil-China de Pesquisa, Desenvolvimento e Promoção de Tecnologia em Mecanização para Agricultura Familiar. A atividade faz parte de um convênio maior, entre os países, China-Brasil de cooperação técnica e desenvolvimento industrial e foi articulada pela Associação Internacional para Cooperação Popular, Baobab.

“Os eixos de trabalho do Centro são: a mecanização da agricultura familiar, a produção de bioinsumos, o desenvolvimento a partir das nossas bases camponesas e também a melhoria de vida da classe trabalhadora das cidades”, explicou Luiz Zarref, coordenador da Baobab América Latina.

“Os eixos de trabalho do Centro são: a mecanização da agricultura familiar, a produção de bioinsumos, o desenvolvimento a partir das nossas bases camponesas e também a melhoria de vida da classe trabalhadora das cidades”, explicou Luiz Zarref, coordenador da Baobab América Latina.


Comitiva chinesa conhece produção da Fazenda da UnB/Foto: Marla Galdino

Na Fazenda Água Limpa (FAL) serão desenvolvidas as ações do Centro. A presidente do Instituto Internacional de Equipamentos Agrícolas da CAU, Yang Minli, parabenizou a universidade brasileira e ressaltou a importância da cooperação para o desenvolvimento da agricultura familiar. “Precisamos aprofundar a parceria entre nós e acredito que será ainda mais frutífera”, destacou.


Yang Mili conhece maquinário na UnB. China é uma referência em relação à produção de bioinsumos/Foto: Marla Galdino

O vice-reitor da UnB, Enrique Huelva, destacou que a atenção para a melhoria da agricultura familiar é o ponto central da parceria entre as duas universidades. “O uso de novas tecnologias é um ponto central para a agricultura familiar e de segurança alimentar para ambos os países”, destacou.

“Nossos países comemoram 50 anos de relações diplomáticas em 2024 e pretendemos, nesse contexto, inaugurar o nosso Centro Brasil-China de Pesquisa, Desenvolvimento e Promoção da Ciência e Tecnologia para Agricultura Familiar”, destacou a reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, atestando que um dos pilares dessa parceria é o combate à fome e a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis.

Fortalecimento da agricultura familiar

Considerando a desigualdade nas condições de produção agrícola no país, a cooperação entre China e Brasil é um passo na implementação de tecnologias para melhorar a produção da agricultura familiar e camponesa no país. “Precisamos de um salto na agricultura familiar por meio da mecanização e de novos conhecimentos para produzirmos mais alimentos e superar a fome fome no Brasil”, ressaltou Milton José Fornazieri, secretário de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

“Essa cooperação vem para reforçar uma missão histórica, que é missão da agricultura familiar e por consequência do MST, que é de garantir que alimentos saudáveis cheguem todos os dias na cidade. Isso só é possível se a gente garantir também o acesso, a democratização, a popularização das tecnologias e tecnologias voltadas para a produção de alimento saudável a partir da agroecologia, a partir dos bioinsumos e das máquinas agrícolas adaptadas, que são chaves para aumentar a produtividade da agricultura familiar”, destacou Bárbara Loureiro, do Setor de Produção do MST.


Bárbara Loureiro, do setor de produção do MST, durante reunião com a comitiva chinesa / Foto: Marla Galdino

Entrega de máquinas

A comitiva chinesa participa nesta sexta-feira (2) do ato político de lançamento do Campo Experimental das Máquinas Chinesas, em Apodi, no Rio Grande do Norte. O evento formaliza a chegada de 29 máquinas agrícolas chinesas ao país, destas, 11 serão entregues ao MST no RN, Paraíba, Maranhão e Ceará.

O maquinário, que inclui micro-tratores, roçadeiras, semeadeiras e plantadeiras, já está montado e passará por uma avaliação sobre as adaptações que serão necessárias para o uso em solo brasileiro. O ato é organizado pelo Consórcio Nordeste, governo do estado do Rio Grande do Norte e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Edição: Márcia Silva