Mulheres em Luta

Mulheres do MST ocupam fazenda em Lagoa Santa (MG) neste 8 de março

Ação integra a Jornada de Luta das Mulheres e denuncia o não cumprimento da função social da terra na propriedade que estava abandonada
Foto: Dowglas Silva

Da Página do MST

Cerca de 500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a fazenda “Aroeiras,” no município de Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (8). A ação coordenada pelas mulheres Sem Terra, integra a Jornada Nacional de Lutas, que tem como o lema “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!”.

A ocupação é motivada pelo não cumprimento da função social da terra, já que a propriedade estava abandonada pelos proprietários é improdutiva. O MST pede que a lei seja cumprida e que a área, seja destinada à Reforma Agraria. Maria Eni, da direção estadual do MST em Minas Gerais, explica que a ocupação tem um caráter reivindicativo, já que atualmente, existem mais de 5 mil famílias acampadas no estado à espera do assentamento definitivo.

“Estamos aqui hoje nessa ocupação protagonizada pelas nossas mulheres em função do 8 de março, mas também em função dos travamentos da nossa pauta da Reforma Agrária. São mais de 5 mil famílias acampadas aqui no estado de Minas Gerais, entre elas, estão as famílias do acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, onde que aconteceu o massacre em 2004, das famílias da Fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, e as famílias no Vale do Rio Doce, na área da Suzano. São vários acampamentos com mais de dez anos sem respostas do governo”, afirma.

Foto: Flora Vilela

O MST chama a atenção para a lentidão do governo Lula na realização da Reforma Agrária. De acordo com Luana Oliveira, da direção estadual do Movimento, os principais conflitos de terra no estado não foram resolvidos, como o relacionado à fazenda Nova Alegria, em Felizburgo, e a antiga usina Ariadinópolis, em Campo do Meio, no sul do estado.

“Esse importante gesto de coragem das famílias e do MST em Minas Gerais é, sem dúvida, a alternativa mais legítima de lutar pelo direito à terra. Ocupamos para plantar árvores e alimentos, cuidar das águas nessa região metropolitana tão carente desse recurso, que já foi tão abundante. Ocupamos porque as terras e os bens da natureza de Minas são do povo mineiro, e não para Zema seguir entregando às suas aliadas, as mineradoras”, destacou.

“Aqui, vamos produzir alimentos saudáveis para nós e para o povo mineiro”, completou.