8 de Março

Mulheres Sem Terra no Rio Grande do Norte ocupam Centro Administrativo do Estado

“Governadora, quando vai resolver a nossa pauta?”, questionam as camponesas durante a mobilização
As mulheres cobram da governadoria do estado pautas que há tempos aguardam a implementação de políticas públicas no RN. Foto: MST RN

Por Coletivo de Comunicação do MST no RN
Da Página do MST

Na manhã deste 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, centenas de mulheres Sem Terra de diversas regiões do Rio Grande do Norte seguiram em marcha, da Superintendência Estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) até a sede do governo do estado, localizada no bairro Lagoa Nova, em Natal.

Com faixas e entoando o lema “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!“, as mulheres destacaram suas demandas em prol da justiça social e do acesso aos seus territórios em um ato cheio de luta e perseverança.

A ação faz parte do calendário de lutas da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra 2024, que mobiliza mulheres camponesas em todo o Brasil, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. A programação no Rio Grande do Norte teve início nesta quinta-feira, dia 7 de março com a ocupação de cerca de 400 mulheres na sede do INCRA.

Nesta sexta-feira (8), as mulheres do campo realizaram uma marcha colorindo as principais ruas e avenidas da cidade, com bandeiras vermelhas seguindo até a governadoria do estado, exigindo a atenção da governadora Fátima Bezerra (PT) para pautas que há muito tempo aguardam a implementação de políticas públicas para a agricultura familiar e o acesso aos territórios ocupados.

Fotos: MST RN

Sob a faixa que questiona “Governadora, quando vai resolver a nossa pauta?”, as mulheres se depararam com a sede do governo de portas fechadas, mas com determinação e luta, ocuparam a sede do governo, permanecendo no local até serem recebidas pela governadora.

Mesmo em um governo de esquerda, as mulheres Sem Terra apontam desafios que se arrastam ano após ano para o acesso às políticas públicas no campo e para a agricultura familiar. Como por exemplo, a burocracia para acessar os editais de fomento, uma barreira que precisa ser superada, pois vem limitando a participação das mulheres e suas famílias nas diferentes regiões do estado.

A negociação direta com a governadora Fátima Bezerra é o objetivo principal da mobilização das mulheres Sem Terra no estado. Espera-se que a governadora acolha as reivindicações das mulheres. Além disso, está prevista a participação das mulheres no Ato Unificado da tarde de hoje, em celebração ao 8 de Março, juntando-se a diversos setores e movimentos de mulheres que visa denunciar a violência de gênero no contexto capitalista e expressar a solidariedade às mulheres e crianças palestinas, vítimas da guerra genocida promovida pelo Estado de Israel. O ato acontece no centro da cidade, na Avenida Rio Branco, com encerramento na Praça Cívica.

*Editado por Solange Engelmann