Mulher Sem Terra

Dirigente do MST no Paraná recebe homenagem da bancada de vereadoras de Curitiba

Adriana Oliveira é homenageada pela vereadora professora Josete (PT) pela atuação na luta por soberania alimentar e direito à alimentação saudável
Ariana Oliveira e a professora Josete (PT) durante entrega da homenagem. Foto: Carlos Costa/CMC 

Por Jade Azevedo
Da Página do MST

Na semana do Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente em 8 de março, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) realizou a sessão solene de iniciativa da bancada de vereadoras na quinta-feira (7), homenageando 18 lideranças por suas atuações em Curitiba em alusão ao Dia Internacional da Mulher.

Foto: Carlos Costa/CMC

Adriana Oliveira, dirigente do MST-PR e uma das coordenadoras do Projeto Marmitas da Terra, recebeu a homenagem indicada pela professora Josete por seu trabalho com as pessoas em situação de vulnerabilidade durante a pandemia com a ação do Marmitas da Terra, que em quase três anos preparou e entregou mais de 180 mil refeições à pessoas em situação de rua e famílias que vivem em ocupações urbanas em Curitiba e Região Metropolitana. 

Adriana é mulher negra, Sem Terra, mãe, filha da terra que inspira luta e constrói resistência. Graduada em história se considera uma educadora do povo, faz das trincheiras de luta espaço para partilha do conhecimento, da prática transformadora e da pedagogia do exemplo. 

Constrói sua militância no cotidiano das lutas sociais por justiça, igualdade e pela emancipação do ser humano. No presente contexto tem se dedicado às ações de solidariedade como resposta à covid-19 e de combate a fome, coordenando iniciativas de mobilização ação social, trabalho voluntário e educação popular, uma delas é a ação Marmitas da Terra que começou com a intenção de combater a fome imediata no início da pandemia, em maio de 2020, seguiu ampliando sua pauta pelo direito à alimentação saudável com a criação de hortas comunitárias, tanto no assentamento Contestado, uma área de Reforma Agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), como incentivando e implantando hortas urbanas, cozinhas e padarias comunitárias nas periferias da cidade. 

Foto: Leonardo Henrique
Foto: Giorgia Prates

A ação incorporou a participação de voluntários, militantes urbanos desde o princípio, um trabalho conjunto da classe trabalhadora para combater a fome. Para Adriana, a luta pela alimentação saudável é importantíssima para fortalecer as mulheres no campo e na cidade e incentivar o trabalho coletivo e a construção da comunidade no território. “Além das pautas do Despejo Zero, saúde, transporte, energia, reafirmamos a pauta de que nós não podemos perder nenhuma área, nem no campo e nem na cidade, a gente trocar terra por terra, a nossa pauta principal é moradia e comida de qualidade”, defende.

No mesmo dia aconteceu a marcha da Jornada de Mulheres em Curitiba, organizada pelas companheiras do Despejo Zero e do MST que vivem no assentamento Contestado, Lapa/Paraná em conjunto com diversas organizações. Elas ocuparam as ruas do centro da capital por direitos, como moradia digna, cozinhas comunitárias, alimentação saudável, criação de uma ouvidoria urbana para conciliação de conflitos, energia elétrica nas comunidades e regularização fundiária, entre outros. 

“Nós queremos a ampliação das cozinhas que já existem e uma nova estruturação das cozinhas que as comunidades têm a necessidade de instalar. A pauta de hoje é o PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] cozinha, que fortalece a produção das companheiras na área rural com a produção de alimentos saudáveis e agroecológicos e as famílias periféricas urbanas”, conta. 

A campanha Despejo Zero reúne movimentos populares e comunidades rurais, urbanas, quilombolas e indígenas em torno da luta por terra, teto e trabalho. Foto: Juliana Barbosa

*Editado por Solange Engelmann