Educação do Campo
Movimentos populares do campo realizam Seminário do Pronera em São Paulo
Por Coletivo de Comunicação do MST São Paulo
Da Página do MST
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) foi fundado em 1998, envolvendo a articulação do Estado, movimentos sociais e Universidades. Desde sua criação, tem buscado fortalecer a formação básica e acadêmica de trabalhadores e trabalhadoras do campo desde uma perspectiva de diversidade cultural e socioterritorial, os processos de interação e transformação do campo, a gestão democrática e o avanço científico e tecnológico no país.
O programa é direcionado para jovens e adultos oriundos de assentamentos criados ou reconhecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), quilombos e educadores que exerçam atividades educacionais voltadas às famílias beneficiárias. O Pronera tem como objetivo proporcionar uma educação com procedimentos próprios para os povos do campo, mediante a pedagogia da alternância, cujos tempos fomentam a cultura, o trabalho, a produção, a organização coletiva e a cooperação.
No estado de São Paulo já foram oferecidos oito cursos para o nível de Educação de Jovens e Adultos (EJA), três cursos de ensino médio e dois cursos de nível superior. Para os níveis médio e superior acumulam um histórico de mais de 250 educandos, que estão contribuindo na transformação dos territórios da Reforma Agrária e na perspectiva do fortalecimento da matriz produtiva da agroecologia. A realização dos cursos no estado também foi uma ferramenta de fortalecimento das articulações políticas entre o MST, instituições de ensino e organizações da sociedade civil.
É nessa perspectiva que o Seminário do Pronera, realizado durante o dia de ontem (19/03), em São Paulo, partiu deste histórico para construir um espaço de socialização de experiências, visando fortalecer a implementação e execução de cursos dos diferentes níveis, bem como a de reafirmar a importância da Educação do e no Campo como política pública. Ela se realiza em diferentes territórios e práticas sociais que incorporam a diversidade do campo brasileiro, garante a ampliação das possibilidades de criação e recriação de condições de existência camponesa e da agricultura familiar, e o desenvolvimento das áreas de Reforma Agrária.
Para Marisa da Luz, da Direção Estadual do MST pelo Setor de Formação, “Nesses 25 anos de existência do Pronera, a gente acumulou muitas experiências e acumulou muito na produção do conhecimento. Conhecimento esse que, de fato, está à serviço da classe trabalhadora, dos povos do campo, das águas e das florestas. Estarmos aqui reunidos com nossos parceiros das instituições de ensino demonstra que essa trajetória foi muito importante, está sendo muito importante e que a gente, portanto, precisa fortalecer o Pronera”.
O Seminário apontou afirmações importantes, como a ampliação de cursos em diversas áreas e níveis de formação; fortalecimento das parcerias entre movimentos sociais, Incra e instituições de ensino para oferta de cursos; e, recomposição dos orçamento do Pronera. Como resultado, o Seminário construiu uma carta para apresentar as demandas e avaliações junto ao governo federal e às parcerias.
Desta forma, os sujeitos do campo, das águas e das florestas, educadores populares, presentes e empenhados nos processos formativos que construíram esses 25 anos do Pronera, afirmaram as seguintes ações a serem construídas e projetadas para o próximo período:
*Editado por Fernanda Alcântara