Luta e Cuidados
Cuidados com as mulheres Sem Terra destaca resistência feminina em assentamento na BA
Por Vitória Bruno/Coletivo de Comunicação do MST-BA
Da Página do MST
Na última sexta-feira (22), aconteceu o dia de cuidados com as mulheres do campo. A atividade ocorreu na Brigada Elias do Paraná do MST, no extremo sul da Bahia.
Ainda cultivando os aromas de março, mês de luta e resistência das mulheres, a Brigada Elias do Paraná realizou um dia de cuidados com todas as companheiras que fazem parte da luta, além da troca de ideias sobre o empoderamento das mulheres, em uma área que sempre foi majoritariamente liderada por homens.
Com o intuito de diálogo, as mulheres contaram com a conscientização e cuidados como psicologia, advogada, nutricionista, ginecologia, massagem, design de sobrancelhas, cabeleireiro entre outros. O intuito da atividade foi mostrar para as camponesas que lugar de mulher é “aonde ela quiser”, reafirmando a importância das mulheres na Reforma Agrária Popular e na luta por um país mais igualitário.
Nesse contexto, as opressões do capital contra os trabalhadores do campo já existem, em particular, para as mulheres. São mulheres negras, indígenas, quilombolas, periféricas e da Reforma Agrária, em condições de extrema pobreza, sobretudo, em condições mais vulneráveis aos resultados do capitalismo violento.
Diante desse quadro, os debates na Brigada Elias não abarcaram só a questão de classe e gênero, mas também a questão racial, sexual e patriarcal. Em que estão sendo proporcionadas diversas experiências e atuações frente ao avanço do agronegócio nos territórios, a partir da reafirmação do protagonismo das mulheres Sem Terra na produção de alimentos saudáveis, no cuidado com a terra, demonstrando que é possível construir organização política e soberania alimentar a partir da Reforma Agrária Popular.
Seguiremos firmes, reafirmando a luta imprescindível das mulheres Sem Terra, semeando cotidianamente experiências de resistência, denunciando as violências e conquistando os direitos das mulheres, que vêm sendo negado a muito tempo.
*Editado por Solange Engelmann