Jornada de Lutas
Em todo o país, Sem Terrinha se solidarizam com as crianças palestinas
Da Página do MST*
Nesta última sexta-feira (5/4), data em que comemoramos o Dia da Criança Palestina, o Movimento Sem Terra mobilizou crianças Sem Terrinha em 13 estados, nas cinco regiões do país, a partir das escolas do campo, em solidariedade as vítimas do genocídio na Faixa de Gaza, e em especial, as crianças palestinas
Um conjunto de exercícios pedagógicos deram o tom às ações de solidariedade e envolveram diretamente os adolescentes das Cirandas Infantis, Escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, de acampamentos e assentamentos do MST.
Atividades como oficinas de música, de produção de cartazes, desenhos e muitas brincadeiras debateram o tema da Palestina e a luta histórica dos trabalhadores e das trabalhadoras em defesa de seu território, frente aos ataques de Israel.
Entre as diversas atividades construídas, as crianças puderam conhecer a história de Layla e Samir, personagens e crianças palestinas que integram a Revista Sem Terrinha de 2012. Ouviram a música “Palestina Livre” feita pelas crianças do Pará em 2014. Escreveram cartas e produziram desenhos que serão enviados à Palestina.
É genocídio
O número de crianças mortas na Faixa de Gaza, entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024, ultrapassou o total de crianças mortas em todas as guerras do mundo durante os anos de 2019 a 2022. Uma criança é morta a cada 10 minutos em Gaza, segundo dados compilados pela ONU. Já são quase 30 mil pessoas assassinadas, mais de 11 mil são crianças, e todos os dias vemos a barbárie se naturalizando no mundo.
Luana Pomme, do Coletivo Nacional de Educação do MST, explica a luta das crianças Sem Terrinha no Brasil em solidariedade ao povo palestino é importante e necessário, em um cenário de aprofundamento do genocídio. “No lugar de um minuto de silêncio, nossas crianças conversaram, conheceram a história da Palestina, o cotidiano das crianças, a cultura, os acampamentos em Gaza, a produção palestina e entenderam o genocídio que as crianças e suas famílias estão sofrendo nesse momento”, explica.
E continua: “compreender o que está acontecendo no mundo, com as crianças e adolescentes como elas, faz parte da formação humana, da pedagogia do movimento, do princípio da solidariedade internacionalista e de reconhecer que as injustiças e barbaridades que acontecem em qualquer lugar do mundo dizem respeito também a nós”.
Ações em todo o Brasil
Cerca de 40 escolas do campo desenvolveram atividades no Dia da Criança Palestina. Na Bahia, estudantes da turma do 3° A, do Colégio Estadual do Campo Anderson França, em Teixeira de Freitas, escreveram uma carta aberta, lamentando e manifestando indignação com o sangue que vem sendo derramado em Gaza. “Vocês são fortes e corajosos, um grande abraço às crianças que precisam de carinho e afeto nesse exato momento”, finaliza a carta.
As crianças do acampamento Beatriz Bandeira, em Caseara, no Tocantins, se reuniram e cantaram. Tiago, de 11 anos, mandou seu recado: “espero que esses dias ruins passem logo. Parem de matar as crianças Palestinas. Um grande abraço em vocês”.
“Ficamos tristes com a situação difícil que vocês estão passando. Com o coração solidário desejamos que a paz seja restabelecida e que vocês possam ser felizes. Um abraço de todos nós da Escola Estadual 29 de Outubro”, escreveram as crianças do Assentamento 16 de março, no Pontão (RS).
Os estudantes de Quedas de Iguaçu (PR), no Colégio Estadual Chico Mendes, do 7º ano B, também escreveram uma carta: “hoje conhecemos a história de vocês, sabemos que estão passando por um momento difícil. Ficamos muito tristes e sentimos muito por não poderem ser livres e não podem nem brincar. Sabemos que esse genocídio não é culpa de vocês. Para vocês, desejamos que possam se livrar e conquistar suas coisas”.
Pedro, da Ciranda Infantil Pequeno Colibri, no Rio Grande do Sul, disse: “espero que esses dias ruins passem logo, sintam-se abraçados pelas crianças do MST”.
Confira algumas imagens das atividades no Dia da Criança Palestina.
*Com a contribuição do Setor de Educação do Movimento Sem Terra