Memória de Luta
Memória do assassinato de Jaelson Melquíades marca continuidade da resistência Sem Terra, em AL
Por Ricardo Marques
Da Página do MST
No dia 29 de novembro, o povo Sem Terra se une à memória, à luta por justiça e contra a impunidade no campo e na cidade. Marcando os 19 anos do assassinato de Jaelson Melquíades, militante Sem Terra cruelmente morto em Atalaia, no Dia Estadual de Luta Contra a Violência e a Impunidade no Campo e na Cidade, será celebrada a missa em memória desta liderança Sem Terra, que foi silenciada na luta pela terra, em Atalaia, Alagoas.
A data é um momento para denunciar as violências e impunidades, mas também para refletir sobre os desafios enfrentados por aqueles e aquelas que, como Jaelson, se dedicam à construção de um Brasil mais justo e igualitário, mas que, infelizmente, foram perseguidos e assassinados por aqueles que utilizam a violência para justificar suas ações e defender seus interesses. A violência por parte dos latifundiários e daqueles que detêm o poder é vista como uma forma de garantir suas riquezas e dominação, além de evitar o avanço da luta pela terra.
O assassinato de Jaelson Melquíades
Em 29 de novembro de 2005, Jaelson Melquíades, dirigente do MST, foi brutalmente assassinado em uma emboscada armada por latifundiários da região, com a conivência de políticos locais. Jaelson foi um militante comprometido com a luta pela Reforma Agrária e pelos direitos do povo do campo, e sua morte, até hoje, permanece impune. Seu assassinato é um símbolo de todos os casos de violência que, ao longo dos anos, assolaram e continuam assolando os trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra.
Além da perda de um companheiro de luta, a morte de Jaelson Melquíades denuncia que o sistema protege os poderosos e os responsáveis por tantas violações contra os direitos humanos, e que a impunidade fomenta a continuidade da violência no campo.
A cada ano, o MST se une à família e aos amigos de Jaelson Melquíades para exigir justiça e recordar a importância da sua luta. A data é também um momento de reforçar a resistência contra as violências e o sistema de impunidade. A impunidade não pode ser mais uma arma usada contra os trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, que lutam por comida na mesa do povo e por dignidade.
Além de relembrar o legado de luta de Jaelson, o 29 de novembro é uma oportunidade para reafirmarmos o compromisso com a justiça social e a luta pela Reforma Agrária. O MST, em conjunto com outras organizações do campo e da cidade, segue firme na construção de um Brasil sem violência e sem impunidade, em que a dignidade do trabalhador/a sejam respeitadas e a terra seja, realmente, de quem nela trabalha.
*Editado por Solange Engelmann