Alimento e fé

MST realiza o 1º Plantio de Feijão para Ogum no Centro Agroecológico Paulo Kageyama

Atividade ocorreu em Jarinu, interior de São Paulo, reunindo militantes de povos de terreiro com a intenção de cultivar o grão para a solidariedade

Foto: Marta Gomes

Por Douglas Fortes e Lays Furtado
Da Página do MST

O coletivo de Povos de Terreiro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou, neste domingo (28), o plantio de 20 quilos de feijão preto durante o 1º Plantio de Feijão Agroecológico para Ogum no Centro Agroecológico Paulo Kageyama, em Jarinu (SP).

A atividade realizada pela militância do Movimento em conjunto com as comunidades de terreiro de São Paulo, reforça a importância da natureza e da produção de alimentos saudáveis. Uma das principais ações foi um mutirão que deu início ao cultivo do feijão preto, alimento símbolo do orixá Ogum, cultuado pelas religiões de matriz africana.

A expectativa é colher 500 quilos de feijão, com a colheita prevista para o início de 2026, onde os grãos serão ofertados para a Feijoada para Ogum, uma atividade solidária prevista para acontecer no dia 25 de abril do próximo ano, no Espaço Cultural Elza Soares, em São Paulo. A produção excedente da colheita também será doada para as cozinhas solidárias dos movimentos populares.

Foto: Douglas Fortes
Foto: Marta Gomes

A Iyalorixá Fabiana de Oxóssi, militante do MST e liderança no Ilê Asé Alaketu Odé Arolegi, celebrou a atividade, afirmando que este plantio será o primeiro de uma tradição que tem caminhos para seguir adiante, promovendo axé, uma energia vital coletiva compartilhada nas relações sociais e com o meio ambiente. “O orixá é o ar que a gente respira, é a própria natureza”, destacou Iya.

A atividade contou ainda com a presença de João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, que destacou a importância de assentamentos e acampamentos construírem parcerias com povos de terreiro, povos originários e diferentes denominações religiosas. “Nosso compromisso não é apenas conquistar a terra do latifúndio. É produzir alimentos saudáveis e defender a natureza junto com todas as pessoas de fé e de bem”, afirmou a liderança, destacando que fé e luta social podem caminhar juntas.

*Editado por Solange Engelmann