Plenária da Cúpula dos Povos reúne 1,1 mil delegados para debater soluções ambientais

Por Lays Furtado
Da Página do MST

Na tarde desta sexta-feira (14), das 16h30 às 18h30, ocorre a Plenária Internacional dos Movimentos Populares, na Cúpula dos Povos, em Belém, PA. Na atividade, espera-se a participação de 1,1 mil delegados vindos de 62 países para construção de uma síntese política e estratégica que serão debatidas entre as organizações populares, reunidas ao longo do evento.

A Cúpula dos Povos teve início nesta quarta-feira (12), com uma programação extensa de atividades que vai até o próximo domingo, 16 de novembro, na Universidade Federal do Pará (UFPA).

A Plenária Internacional é vista como um dos momentos principais do evento, com a apresentação das sínteses dos eixos temáticos e consolidação de um documento elaborado em conjunto pelas organizações populares, denominado de Declaração dos Povos. Antes da Plenária Internacional, será realizada nesta sexta (14), a partir das 14h30, a Assembleia dos Movimentos Populares, para o alinhado coletivo em relação ao conteúdo que será encaminhado à plenária internacional.

A articulação da plenária é organizada pela Via Campesina Internacional, Alba Movimentos, Central Sindical das Américas (CSA), Marcha Mundial das Mulheres, MAR, Amigos de la Tierra e Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo.

A atividade irá debater os rumos para enfrentamento à crise ambiental por estas organizações. Espera-se a criação de uma agenda política comum entre elas.

Outro momento importante da Cúpula, será a Marcha Global pelo Clima, que ocorre na manhã deste sábado (15), a partir das 8h30. A expectativa é que a mobilização reúna até 30 mil pessoas, com concentração na UFPA e trajeto até a Vila da Barca. Após o retorno da marcha para o campus universitário de origem, haverá uma coletiva de imprensa prevista para às 13h.

Declaração dos Povos

A Declaração dos Povos será entregue ao presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o embaixador André Corrêa do Lago, durante audiência pública que ocorre na manhã do último dia na Cúpula dos Povos, domingo (16), a partir das 9h. Os Movimentos populares também contam com a presença do presidente Lula durante a audiência.

A crise ambiental afeta o mundo inteiro, mas, especialmente, os pobres do Sul Global. Por isso precisamos fortalecer as articulações populares de enfrentamento a ela”, aponta Jaime Amorim, membro da coordenação do MST e da Via Campesina na região da América Latina e Caribe. 

De acordo com Amorim, a crise ambiental é provocada, principalmente, pelos países do Norte Global. “Nós pagamos a conta, por anos de desenvolvimento e colonialismo imposto pelo Norte”, aponta.

A Cúpula é a forma de denunciarmos que, na COP30, os causadores da crise ambiental estão sentados para discutir as saídas. Não tem como dar certo”, destacou Jaime Amorim.

Segundo o dirigente, as saídas concretas para esta crise passam pelos povos tradicionais. “Quem há anos já vem apresentando possibilidades concretas de superar a crise ambiental, como os indígenas, camponeses, ribeirinhos, pescadores, entre outros, que estão na Cúpula”, finaliza.

*Editado por Solange Engelmann