No Pará, Fazenda Peruano é destinada à reforma agrária e vira Assentamento Lorival Santana

Após 11 anos de ocupação, 300 famílias serão assentadas próximo de onde ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás.

Da Página do MST

Neste dia 17 de abril, completam-se 19 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21 integrantes do MST foram assassinados após a polícia paraense tentar impedir uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras.

 

A dor, que ainda assola a tantas famílias Sem Terra, foi transformada em luta e comemora uma importante conquista. Hoje, as 300 famílias que ocupam a Fazenda Peruano, área grilada distante apenas 12 km de onde ocorreu o Massacre, receberão o assentamento Lorival Santana, após 11 anos debaixo da lona preta.

 

A entrega contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário Patrus Ananias e um grande ato ecumênico e político marcam o nascimento do assentamento Norival, uma homenagem a um dos mortos do Massacre.

 

“A fazenda Peruano foi ocupada no dia 17 de abril de 2004. A área pertencia ao estado do Pará e à União, mas estava grilada por um único latifundiário. Parte das famílias que ocuparam o local são sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás.”, comentou Tito Moura, integrante da coordenação nacional do MST.

 

De acordo com Moura, apesar da conquista, é preciso sempre lembrar que muitos dos envolvidos no massacre não foram punidos. “O coronel Mario Colares Pantoja e o major José Maria Pereira, que comandaram o massacre, foram presos depois de 16 anos, em maio de 2012. Os 155 policiais militares executores diretos do massacre foram absolvidos. O então governador do estado do Pará, Almir Gabriel (que morreu em fevereiro de 2013) e o secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, não foram indiciados”, completou.