Centrais e movimentos fazem Dia Nacional de Mobilização contra projeto da terceirização

Para Kelli Mafort, do MST, esse é o momento dos trabalhadores mostrarem que seguem em luta permanente diante da hegemonia do capital.

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Por Maura Silva
Da Página do MST

Essa sexta-feira (29) será marcada como o dia Nacional de Manifestações e Paralisações. Em todo o país a população está sendo convocada a participar de ações de paralisação e atividades contra a retirada de direitos da classe trabalhadora. 

As ações serão voltadas contra as Medidas Provisórias 664 (que muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte), 665 (que dificulta o acesso ao abono salarial e ao seguro-desemprego), e os ajustes fiscais promovidos pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Para Kelli Mafort, da coordenação nacional do MST, esse é o momento dos trabalhadores mostrarem que seguem em luta permanente diante da hegemonia do capital, que tem imposto uma avassaladora perda de direitos e um aumento profundo da desigualdade.

“Essa luta permanente de resistência e enfrentamento ocorre numa escala global. Mesmo com as contradições de um projeto político popular, de esquerda e de unidade. No Brasil não é diferente. Dia 29 vamos às ruas contra o ajuste fiscal, contra as medidas conservadoras adotadas pelo Congresso Nacional, denunciando o poder de defesa do capital pela mídia e pelo judiciário”, pontua.  

Com trancamentos de rodovias e ocupações de latifúndios, os Sem Terra se somam às lutas puxada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central, União Geral dos Trabalhadores (UGT), CSP-Conlutas e Força Sindical.

Outras organizações como o Movimento Mundo do Trabalho contra a Precarização, MAB e Levante Popular da Juventude também participarão dos protestos.

Mafort também ressalta que o objetivo do Movimento é seguir fazendo frente às pautas que ameaçam os direitos e aprofundam a precarização do trabalho e a exploração dos trabalhadores.

“Estamos nessa luta permanente, nos manifestando com outros setores e deixando nossa marca de luta nas rodovias do país. Para chamar atenção da sociedade diante da situação atual. Lutamos também contra os mais de 50% de cortes feitos ao Ministério da Agricultura por conta dos ajustes fiscais. Lutaremos para que os Sem Terra não paguem a conta de anos de privilégios, através de investimentos e financiamentos ao agronegócio”, pontua.  

Os sindicatos têm divulgado que a mobilização do dia 29 pode ser considerada também uma “etapa de preparação” para uma greve geral no país

Precarização

A classe trabalhadora vem sofrendo com derrotas sistemáticas diante do atual Congresso. O Projeto de Lei 4330 que, entre outras coisas, retira direitos dos trabalhadores ao permitir a terceirização sem limites, passou pela Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado.

Ele vai passar por cinco comissões e, caso receba modificações, volta para a Câmara dos Deputados. De lá, segue para sanção ou veto presidencial.