Milícia armada invade acampamento do MST no Maranhão
Os homens fizeram trabalhadores de reféns e os ameaçaram de morte caso a área não fosse desocupada.
Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
Os homens fizeram trabalhadores de reféns ameaçando-os de morte caso a área não fosse desocupada.
As informações dão conta que durante todo o dia deste domingo (23), sobre o comando da suposta proprietária da área, Elenice Murta, os milicianos rondaram toda a região amedrontando comunidades vizinhas à ocupação.
O grupo armado definiu a próxima quarta-feira (1) como prazo limite para que as famílias desocupassem de forma “voluntária” e “pacifica” a área, sob a pena de serem retiradas à força.
O MST já levou o fato ao conhecimento da Secretaria de Segurança Pública do Estado, e solicita ação imediata do órgão a fim de evitar um conflito maior, já que a milícia se encontra acampada na sede de uma fazenda vizinha à 10 km da ocupação.
Como parte dos acampados é do município de Açailândia, alguns dos milicianos foram reconhecidos como Policiais Militares da 5ª Companhia da PM-MA de Açailândia.
Histórico da área
O Acampamento Egídio Brunetto está localizado na Fazenda São Francisco, ocupada pelos Sem Terra no último sábado (15).
A propriedade faz parte da Gleba Sitio Novo, onde outros oito grileiros se apropriaram da área que soma mais de 10 mil hectares, e que, segundo informações do Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra), são áreas pertencentes à União Federal.
A Gleba atinge cerca de cinco municípios e se consolida como uma região onde impera o trabalho escravo e a pistolagem moderna, ou seja, substituíram os “jagunços” por milícias armadas preparadas para aterrorizar comunidades rurais na região.
A coordenação estadual do MST afirma em nota que se trata da mesma articulação que aterroriza há oito anos as comunidades Cipó Cortado e Batata da Terra, em senador La Roque, um dos municípios da região que abrange a Gleba.
Os Sem Terra aguardam um posicionamento do Incra e do Terra Legal sobre situação na região do acampamento Egídio Brunetto.