“A reforma política é o começo da reestruturação da sociedade”, afirma militante
Da Página do MST
Por Roberta Quintino
Na manhã deste sábado (31), foram realizadas as primeiras atividades do Acampamento Popular da Juventude do DF e Entorno que reúne cerca de 400 jovens do campo e da cidade no Instituto Federal de Brasília (IFB) – Planaltina.
Durante três dias os jovens vão discutir o atual cenário da crise política e econômica. Além de debater a construção de um projeto de sociedade mais justo e igualitário.
Na mesa: “A crise tá pegando. E agora?”, Katty Hellen, militante do Levante Popular da Juventude, destacou que a população brasileira obteve avanços significativos na última década. No entanto, o projeto neodesenvolvimentista fracassou, dando origem à atual instabilidade econômica que aponta para a necessidade de uma reforma política no sistema político brasileiro.
“A reforma política é o começo da reestruturação da sociedade. A juventude tem papel fundamental neste processo, deve estar ao lado da classe trabalhadora e se juntar à luta”, afirmou Katty.
De acordo Cledinei Zavaski, da coordenação do MST no DF, a crise pela qual o país passa é uma anormalidade global e se dá pela reorganização das forças produtivas. Ou seja, a minoria rica recria mecanismos para manter a sua taxa de lucro em detrimento da classe trabalhadora, com aumento da exploração e retirada de direitos.
Para Zavaski, diante do ataque do capital, os desafios da juventude brasileira são enormes. Entre eles está o enfrentamento da pauta conservadora, avançar na luta pela manutenção dos direitos e novas conquistas para a classe trabalhadora, articular e se solidarizar com todas as categorias e retomar o trabalho de base para o processo de organização política e consciência coletiva.
Ainda pela manhã, movimentos e organizações sociais e sindicais, como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Luta pela Terra (MLT), a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), sindicatos dos professores (Sinpro-DF), saudaram a juventude presente no acampamento.
A embaixadora da Venezuela, Maria Urbaneja Durant, destacou o papel da juventude e disse que a força para possíveis mudanças está em espaços como o Acampamento.
“O futuro está aqui. Está nesse esforço de levantar bandeiras de luta pela igualdade”. Ela ainda salientou a importância da solidariedade entre os países da América Latina contra a investida do imperialismo.
Na ocasião, Victor Frota, representante do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF), também defendeu a união e mobilização dos vários movimentos, do campo e da cidade, em prol de um projeto para uma sociedade mais justa.