Ato contra o impeachment e ajuste fiscal reúne milhares na Paulista
Por Bruno Pavan e Norma Odara
Do Brasil de Fato
Milhares de pessoas saíram as ruas em dezenas de cidades brasileiras para protestar contra a tentativa de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), pedindo a cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e por mudanças na política econômica do governo federal.
A manifestação ocorreu um dia depois da Polícia Federal cumprir um mandado de busca e apreensão na casa de Cunha, em mais uma etapa da Operação Lava Jato. O ato foi organizado pelas centrais sindicais e movimentos populares que pertencem a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo.
“Nós não precisamos de pato inflável na manifestação, nós enchemos a Paulista de povo”, provocou o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Em determinado momento, a organização do ato chegou a anunciar a presença de 80 mil pessoas. Segundo o Datafolha, foram 55 mil. Em termos comparativos, segundo o mesmo instituto, no último domingo (13), o ato a favor do impeachment reuniu 40 mil.
Ele também chamou a tentativa de impeachment de “oportunismo do PSDB” e lembrou que o ex – presidente Fernando Henrique Cardoso “inventou” as pedaladas fiscais.
Durante o ato, os militantes souberam da decisão do Procurador Geral da República Rodrigo Janot de afastar Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados.
Política econômica
Além da defesa do mandato presidencial, os movimentos desejam que a crise política se encerre rapidamente para que o país possa se focar em outros problemas.
“Esperamos colocar uma pá de cal rapidamente nessa questão do impeachment porque nós temos muito mais coisas pra resolver” disse o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, é preciso, após a superação da crise política, “ter de volta a Dilma que nós elegemos”. “Temos que mudar esse ajuste econômico pra devolver o país aos trilhos”.