Sem Terra traçam diretrizes para as duas novas escolas conquistadas no Ceará

Educandos e educadores debatem o processo organizativo das novas unidades de ensino.

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Por Aline Oliveira
Da Página do MST

Cerca de 80 pessoas, entre educandos, educadoras e coordenadores participam da 1° Semana Pedagógica das novas escolas de ensino médio inauguradas nas áreas de assentamentos no estado do Ceará.

A atividade, que teve início nesta quarta-feira (17), acontece no assentamento Bonfim Conceição, em Santana do Acaraú (CE), um dos locais que contou com a conquista da nova unidade de ensino, batizada de escola José Fidélis.

A outra escola leva o nome do poeta Patativa do Assaré, e está localizada no assentamento Santana da Cal, no município de Canindé.

A semana de atividades tem o objetivo de sensibilizar os educadores no processo organizativo do trabalho pedagógico, além de se apropriar da organização curricular da matriz de formação integral e planejar as estratégias de implementação destas novas unidades, garantindo uma educação de qualidade e que estimule a organização da juventude nestes espaços.

Desde 2011, algumas definições vêm sendo afirmadas pelos educadores, gestores e o setor de educação do MST no estado. Um exemplo é a concepção de que a semana pedagógica deve acontecer nos assentamentos onde estão localizadas as escolas e de forma itinerante, com a intencionalidade de vivenciar as diferentes experiências e realidades do estado do Ceará.

O educador Jocélio Vicente comenta que “a semana pedagógica é um espaço rico de conhecimento, de troca e de preparação. Nós sabemos que estar em sala de aula nesse atual contexto histórico não é uma tarefa fácil, porém quando passamos por uma capacitação como esta, compreendemos melhor algumas coisas, principalmente em relação a atual conjuntura política e social que estamos”.

Nacelio Santos, do coletivo de educação do MST, também destaca que “a semana pedagógica tem um caráter formativo e organizativo, mas também comemorativo, tendo em vista que as duas novas escolas do campo do Ceará são fruto da luta dos trabalhares e trabalhadoras Sem Terra. Acredito que mesmo com todas as burocracias impostas pelo Estado, nós vamos conseguir alcançar nossos objetivos, como um processo de educação de acordo com a realidade do campo”.