Mulheres camponesas continuam negociação com Secretaria de Desenvolvimento do RS
Da Página do MST
Nesta quinta-feira (10), mais de cem mulheres do MST e Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) retornam à Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural (SDR), em Porto Alegre, para obter retorno da pauta de reivindicações apresentada ao secretário-adjunto Iberê de Mesquita Orsi.
Entre as principais demandas apresentadas pelas camponesas na tarde desta terça-feira (8), está o incentivo à produção agroecológica através da proibição do uso do agrotóxico 2,4-D e da pulverização aérea em assentamentos, além de seminário estadual para discutir o impacto dos venenos nas áreas de reforma agrária.
“Sabemos das dificuldades e que a atual conjuntura do Estado não permite muitos avanços nas pautas dos trabalhadores camponeses, mas a expectativa é que elas sejam atendidas, principalmente aquelas que dizem respeito aos incentivos para a produção de alimentos sadios e melhorias em nossos assentamentos”, diz Sílvia Reis Marques, dirigente do MST.
Elas exigem ainda a renovação e ampliação do Programa Quintais Sustentáveis; execução imediata do Programa Camponês; anulação da titulação das áreas de assentamentos; acesso à água potável – a maioria dos assentamentos tem água imprópria para o consumo humano; manutenção das estradas e construção de escolas; financiamento de um programa estadual de proteção das nascentes; desapropriação de áreas estaduais para reforma agrária, entre outras questões.
A reunião com a SDR faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, que mobilizou mais de 30 mil pessoas em 23 estados nos últimos dias. No RS, 1.200 mulheres ocuparam na terça-feira (8) o pátio da Yara Fertilizantes e o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Elas continuam acampadas na autarquia e ainda não há previsão para deixarem o local.