Sem Terra reivindicam Reforma Agrária durante audiência pública
O auditório da Câmara de Vereadores de Juazeiro foi palco da mística, do trabalho coletivo, das músicas e da diversidade produtiva que existe nas áreas de Reforma Agrária.
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Fotos: Joselito Tavares
Na manhã dessa última terça-feira (14), o auditório da Câmara de Vereadores de Juazeiro foi palco da mística, do trabalho coletivo, das músicas e da diversidade produtiva que existe nas áreas de Reforma Agrária no Norte da Bahia.
O MST em parceria com o mandato do vereador Tiano Felix (PT) realizou uma audiência pública com o tema “Os desafios para construção da Reforma Agrária Popular”, com o objetivo de problematizar o descumprimento dos acordos firmados sobre as áreas localizadas nos perímetros irrigados em Juazeiro e nas cidades de Curaçá, Casa Nova e Sobradinho.
Um dos acordos foi a realização do processo de desapropriação das terras do perímetro e a garantia de manutenção do abastecimento de água.
O auditório da Câmara ficou pequeno para quantidade de trabalhadores Sem Terra que reivindicavam a retomada da Reforma Agrária como prioridade do Governo Federal.
De acordo com Evanildo Costa, da direção nacional do MST, é preciso avançar significativamente com a pauta dos trabalhadores Sem Terra e para isso, a luta contra o modelo de produção do agronegócio é essencial.
Ele afirmou ainda, que “o governo golpista e interino de Michel Temer (PMDB) simboliza um retrocesso nas políticas conquistadas pela classe trabalhadora, por isso é necessário ocupar as ruas para garantir desenvolvimento social aos camponeses e camponesas”.
Para Tiano Félix, os trabalhadores precisam de estrutura e a regulamentação da água nas comunidades com urgência, porém a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) não avança no processo.
“As famílias querem pagar pela água que consomem e que irriga os lotes nos acampamentos. Várias reuniões e acordos foram firmados para a regulamentação e nada foi cumprido”, alertou.
Tiano disse também, que o fortalecimento da Reforma Agrária só tem a melhorar a vida das pessoas construindo soberania alimentar e financeira na região. “No projeto Salitrinho, Adutorinha, Tourão 1 e 2, onde estão localizados alguns acampamentos, as famílias estão garantindo mais de 300 empregos diretos e indiretos, com mais de 2 mil pessoas envolvidas”.
Luta histórica
Há mais de 15 anos as famílias acampadas na região do Salitre estão aguardando a regularização das terras e o beneficiamento da água para o processo de irrigação e nada foi comprido.
Desde o início dessa semana, mais 4 mil Sem Terra estão mobilizados em toda Bahia pautando a retomada das políticas agrárias que estão paralisadas e afirmaram, com a extinção do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) “a situação fica mais difícil”.
Jovenilson Teixeira, da direção do MST, enfatizou que as famílias estão vivendo em situação precária e sem direitos básicos. “Por isso estamos utilizando os espaços públicos como a Câmara de Vereadores para pautar as necessidades da classe trabalhadora”.
*Editado por Rafael Soriano