Sem Terra fazem protesto contra fechamento de Escola Rural na Prefeitura de Sidrolândia
Desde o início do ano a comunidade escolar está sendo prejudicada com o descaso do poder público local.
Por Karina Vilas Boas
Da Página do MST
Cerca de duzentas pessoas entre estudantes, professores e militantes do MST de Mato Grosso do Sul, ocuparam a frente da Prefeitura Municipal de Sidrolândia, localizada a 80km de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (07), para protestar contra o fechamento da Escola Agrícola do Município
A escola fica localizada no Assentamento Capão Bonito II, atende cerca de 70 crianças e adolescentes da região e possui 18 trabalhadores em educação no quadro de funcionários.
Segundo o membro da direção do Movimento, Jonas Carlos da Conceição (conhecido como Beto do MST), a manifestação visa chamar a atenção da população para o descaso com a educação pública que está sendo realizado por parte do prefeito Ari Basso (PSDB).
“As nossas crianças e adolescentes assentados dependem dessa escola para estudar, o deslocamento para a cidade é complicado e com certeza a unidade escolar, dentro do assentamento, tranquiliza os pais dos alunos. O fechamento foi à gota d&”39;água, mas há muito tempo a escola vem sofrendo com o sucateamento e também enfrentamos sérios problemas com o transporte escolar. Nós vamos denunciar todas as injustiças que estão sendo cometidas e vamos lutar pelo ensino público gratuito e de qualidade, pois defendemos que a educação é e sempre será o caminho da construção de uma sociedade melhor”, afirma Jonas.
O dirigente disse ainda, que este será o primeiro manifesto de muitos, se o prefeito mantiver o fechamento da escola e a desvalorização dos profissionais em educação.
“Os dezoito funcionários, professores e administrativos da escola, estão sem receber desde fevereiro. Os alunos já denunciaram que os motoristas do transporte escolar se recusam a transportá-los, principalmente nos últimos dias, mesmo com a rota dos ônibus mantida e se essa situação não mudar faremos mais denúncias públicas, atos, manifestos e com certeza vamos dar o respaldo jurídico necessário para as famílias assentadas procurarem os seus direitos”, disse.
De acordo com a prefeitura o funcionamento da EFASIDRO (Escola da Família Agrícola), que aplica a chamada pedagogia da alternância voltada aos filhos de assentados, está ameaçado porque a entidade mantenedora (uma organização não-governamental) apresentou uma prestação de contas incompleta que impediu a instituição de ter sua maior fonte de financiamento, os recursos do Fundeb nos últimos dois anos (2015 e 2016).
O MST cobra da Prefeitura Municipal de Sidrolândia uma ação concreta para que o impasse seja resolvido e, se há problemas com organização mantenedora de fato, que eles sejam resolvidos de maneira que não prejudique a comunidade escolar e que a escola volte a funcionar na normalidade e com os recursos necessários. A manifestação segue e o MST cobra uma reunião com o prefeito para resolver a situação.
*Editado por Rafael Soriano