Ato político marca abertura de encontro do MST no estado de São Paulo

“A defesa da Reforma Agrária Popular, significa uma tarefa imediata não só internamente, mas também com toda a sociedade, sobre a compreensão da luta pela terra.”

 

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Abertura do 28º Encontro Estadual do MST em Rosana, São Paulo.

Da Página do MST

Durante os dias 17 a 19 de fevereiro, cerca de 300 trabalhadoras e trabalhadores rurais Sem Terra, realizam seu 28º Encontro Estadual para discutir os desafios da organização e planejar o próximo período. 

O evento que homenageia Seu Luiz Beltrame, falecido em 2016 e que esse ano completaria 109 anos, acontece no município de Rosana, no Pontal do Paranapanema e reúne Sem Terra vindos das dez regionais que compõe a organização do Movimento em São Paulo. 

A abertura do encontro nesta sexta-feira (17), foi marcada por um ato político que, além dos Sem Terra, uniu representantes políticos de diversos campos, entre eles parlamentares estaduais e federais. 

Estiveram presentes os deputados federais Vicentinho (PT), Ana Perugini (PT), Nilton Tatto (PT), Paulo Teixeira (PT) e o líder da bancada na câmara Carlos Zarattini. Já a bancada estadual foi representada por Marcia Lia (PT), Carlos Neder (PT), José Zico Prado (PT) e Alencar (PT). O vice-prefeito de Rosana, Valdir Ferreira e o presidente do PT na cidade, Sérgio D´ Angelo também compareceram ao ato.

Também marcaram presença a diretora da Federação Única de Petroleiros (FUP) Cibele Vieira, Ana Flores, da CUT e da Frente Brasil Popular e o ex-ministro e integrante da executiva do PT, Luiz Marinho. 

Em geral, as falas foram direcionadas para uma breve análise de conjuntura em torno do contexto político nacional e internacional, pontuando as contradições do bloco golpista e os desafios do bloco de resistência na construção da unidade pelo Fora Temer e em defesa da Reforma Agrária e dos direitos da classe trabalhadora. 

Nesse sentido, Ana Flores, da CUT e da Frente Brasil Popular, ressaltou a importância do Movimento realizar seu encontro em um local histórico na luta pela terra e apontou que para derrubar a reforma da previdência, uma das medidas golpistas de Temer que também impacta diretamente o campo, será preciso derrubar o golpe com a mobilização da sociedade. “Nosso trabalho vai ter que ser com a população em geral”, afirma. 

A unidade entre campo e cidade esteve na centralidade de todas as falas. André, presidente do PC do B de Rosana, salienta que o crescimento do campo ocorre graças a luta do MST pela Reforma Agrária e que a necessidade de unir trabalhadores do campo e cidade para barrar os impactos do golpe é fundamental. 

Já a deputada federal Ana Perugini (PT-SP) salienta que a educação é um fator essencial de libertação da classe trabalhadora e que a luta do Movimento pela terra é “a luta que vai mudar a propriedade privada da terra, que continua sendo cárcere em nosso país.”

Nesse bojo de denuncia dos retrocessos, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) coloca que o ataque à previdência, que é um tema central de proteção ao trabalhador, é uma forma do governo dar a conta para os trabalhadores pagarem, ao invés de taxarem aqueles que mais tem. 

E a Reforma Agrária?

A Reforma Agrária é uma das pautas que mais sofre retrocessos no pacote de maldades do governo golpista de Michel Temer. Em tempos de medidas golpistas que impactam o campo de diversas formas, a luta pela Reforma Agrária não pode ser somente de resistência e sim um debate ampliado com a sociedade sobre a importância da luta pela terra.

Kelli Mafort, da direção nacional do MST, aponta que “a defesa da Reforma Agrária de caráter popular, significa uma tarefa imediata não só internamente, mas também com toda a sociedade, sobre a compreensão da luta pela terra.”

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Sobre a retirada de direitos, Kelli afirma que o Movimento se coloca em luta para fazer enfrentamento dessas medidas golpistas. Mafort aponta que a agenda de luta para o 08 e 15 de março será de “denúncia da reforma da previdência golpista que esconde a violência do patriarcado sobre as mulheres…. Não podemos permitir que o golpe destrua nossas vidas e conquistas”, finaliza. 

O encontro segue com seu processo de estudos e debates e finaliza neste domingo (19), com o retorno das trabalhadoras e trabalhadores rurais para suas respectivas regiões. 

*Editado por Iris Pacheco