Ato pela educação encerra Jornada de Alfabetização no Maranhão
Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
Coragem, resistência e superação. Esses foram os sentimentos no Seminário de Encerramento Estadual da ‘Jornada de Alfabetização do Maranhão: ‘Sim, Eu Posso!, que aconteceu entre os das 16 e 17 de fevereiro no Centro de Convenções Paulo Freire, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
A atividade reuniu cerca de 1000 pessoas entre coordenadores, educadores e educandos envolvidos no programa.
Todos os participantes homenagearam o ex-presidente cubano Fidel Castro. Foi um momento de reconhecimento e agradecimento à pequena ilha caribenha pelos esforços na luta para superar um dos maiores problemas da humanidade que é o analfabetismo. Foi sobre o governo de Fidel que o método “Sim, eu posso!” foi desenvolvido.
Participaram da mesa de abertura representantes do MST, da Secretaria de Estado de Educação, da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular.
Ao todo, o programa envolveu mais de 10 mil pessoas nos municípios de Aldeias Altas, Água Doce do Maranhão, Governador Newton Bello, Jenipapo dos Vieiras, Itaipava do Grajau, Santana do Maranhão, São João do Carú e São Raimundo do Doca Bezerra. Dos 9.492 educandos matriculados no ‘Sim, Eu Posso!’, aproximadamente 75% foram efetivamente alfabetizados, totalizando mais de sete mil jovens, adultos e idosos, que tiveram a oportunidade de enfrentar o desafio de vencer o analfabetismo, nos oito municípios participantes da Jornada.
Os resultados deixaram todos os envolvidos satisfeitos. “Para nós é uma alegria divulgar esses números”, afirma Alzerina Montello da Direção Nacional do MST no Maranhão. Ela também acrescentou que, apesar das dificuldades, os números mostram que quando o trabalho é feito com vontade, respeito e compromisso, os resultados são os melhores possíveis. Ao encerrar sua fala Montello convocou a militância do MST para avançar na luta contra o analfabetismo e alcançar o número de 20 mil alfabetizados em 2017.
Ato público
Como parte da programação de encerramento, na tarde do dia 17, foi realizado um grande ato público com a presença de representantes de diversas organizações, dirigentes nacionais do MST e do governador Flavio Dino.
No ato batizado de “Nenhum passo atrás na alfabetização e emancipação do povo do Maranhão” as falas firmaram o compromisso com a continuidade no combate ao analfabetismo em todo estado.
Para Divina Lopes do setor de educação do MST, o sucesso da primeira jornada deve-se ao fato desta ter sido uma obra coletiva. “Esses resultados só foram possíveis graças à construção dos esforços entre os militantes do MST, o governo local e os coordenadores e educadores de cada município”, disse.
Durante a atividade vários educandos puderam escrever de próprio punho seus nomes no registro de identidade, gesto feito agora graças à alfabetização.
Para João Pedro Stédile da Coordenação Nacional do MST, a Jornada está devolvendo a dignidade a milhares de pessoas que se quer podiam escrever o próprio nome.
Ainda para Stedile: “é um crime existir 14 milhões de pessoas analfabetas no Brasil. Não podemos dormir em paz sabendo que existe esse tanto de analfabeto pelas país afora, finalizou”.
Representando Cuba a Cônsul Geral Laura Pujol mostrou-se surpresa com os resultados da Jornada, Ela referiu-se ao projeto como uma semente revolucionaria.
“A revolução continua, as sementes estão por todo o mundo. Nós de cuba ficamos muito agradecidos por estarmos sendo úteis também para outros povos”. Pujol terminou sua fala frisando a importância da participação popular. “O apoio politico é importante, mas, sem a participação popular, não teríamos êxito.”
O governador Flavio Dino (PCd B) resgatou a lembrou a degradação social em que o Maranhão vive há décadas. Dino reafirmou o compromisso com a continuidade da Jornada de Alfabetização.
“Foram muitos anos para começar essa tarefa contra o analfabetismo, neste primeiro projeto alfabetizamos sete mil pessoas. E em 2017 serão 20 mil”. Ele acrescentou ainda que: “em 2018 serão 40 mil.”
Próximos passos
Os próximos dois meses serão de mobilização e preparação de educadores e coordenadores para mais uma etapa do programa.
O Secretario de Educação, Felipe Camarão, afirmou que as articulações para a próxima etapa do programa já estão bem avançadas.
Camarão informou ainda que alguns dos municípios que participaram da primeira experiência podem ter como meta a superação real do analfabetismo. Um deles, segundo o Secretário, é Aldeias Altas – que na primeira Jornada reduziu em 35% o numero de analfabetos.
As turmas de alfabetização do “Sim, eu Posso!” Foram instaladas em oito dos 30 municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado.