Reforma da Previdência gera protesto no ES
Por Danielle Melo
Da Página do MST
Nesse 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, dia de luta, as trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade saíram às ruas em vários municípios do Espírito Santo para denunciar a opressão de gênero e exigir seus direitos.
Em todo o estado, 2700 trabalhadoras e trabalhadores de movimentos e organizações populares como o MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Federação de Trabalhadores na Agricultura do Espírito Santo, Sindicato dos Trabalhadores, SindComerciários, Quilombolas, entre outros, se mobilizaram para repudiar o Projeto de Emenda Constitucional 287/16, que trata da reforma da Previdência. O movimento também denunciou o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer, que busca acabar com os direitos da classe trabalhadora. Na capital do estado, Vitória, cerca de 400 companheiras participaram do ato.
Questionada sobre os verdadeiros interesses por trás da reforma da Previdência, Joselma Maria Pereira, da Direção Estadual do MST afirma que “a reforma da Previdência interessa ao Capital, aos bancos. Eles querem privatizá-la. Pode ser que não seja uma privatização direta, mas se cada trabalhador do campo e da cidade, que, a partir da reforma, terá que trabalhar mais de 65 para poder se aposentar, resolver buscar outras alternativas que não a Previdência pública, serão os bancos os primeiros a oferecer os planos de Previdência privada, que já existem. E muitos vão migrar para o sistema privado, ou seja, quem ganha com esse projeto são os grandes bancos.”
Além do desmonte da Previdência, outras pautas estiveram presentes nas manifestações dessa quarta-feira. “Marchamos neste Dia Internacional das Mulheres, para lutar por nossa autonomia, nosso direito a viver livremente a nossa sexualidade e por uma transformação radical da sociedade. Queremos ter direito de escolha sobre nosso corpo, sobre a nossa vida e para isso, o nosso desafio é seguir firmes na luta pela nossa libertação. E assim, podermos libertar outras companheiras que vivem aprisionadas por esse sistema opressor”, afirma Géisa Carvalho, agricultora.
Colatina
No município de Colatina, aproximadamente 500 trabalhadoras e trabalhadores foram às ruas. A concentração ocorreu na região central da cidade, nas proximidades do terminal rodoviário. De lá, saíram em marcha rumo à agência do INSS, onde os movimentos e sindicatos fizeram intervenções em defesa do caráter público e do regime solidário da Previdência Social. Logo, seguiram em caminhada até a casa do Deputado Federal Paulo Foletto (PSB), para exigir que ele vote contra a reforma da Previdência. A manifestação terminou na praça da Catedral.
São Mateus
Em São Mateus, no norte do estado, mais de mil trabalhadoras e trabalhadores bloquearam a BR 101. Pela rodovia, a manifestação seguiu até o gabinete do Deputado Federal Jorge Silva (PHS), para exigir que ele vote contra a reforma da Previdência. Em seguida, a manifestação ocupou por algumas horas a agência do INSS. O ato encerrou com uma caminhada pelo centro da cidade.
Cachoeiro de Itapemirim
No município de Cachoeiro de Itapemirim, cerca de 150 pessoas fizeram uma panfletagem na região central da cidade, e recolheram assinaturas para a criação da CPI da Previdência.
*Editado por Leonardo Fernandes
