Culinária da Terra: comida com sabor de luta

Não é todos os dias que a São Paulo recebe uma variedade tão grande de pratos típicos das cinco regiões do Brasil, concentrada em um mesmo espaço.
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Feijão tropeiro com carne de sol. Foto: Maria Aparecida.

Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST

São Paulo é conhecida como a capital gastronômica do Brasil. Em um rápido passeio pela cidade, é possível perceber os numerosos restaurantes de comida árabe, japonesa, italiana, mexicana, entre tantas outras nacionalidades de sabores. Mas não é todos os dias que a cidade recebe uma variedade tão grande de pratos típicos das cinco regiões do Brasil, concentrada em um mesmo espaço.

A ‘Culinária da Terra’ é um espaço dedicado à gastronomia regional, tão presente no cotidiano dos lutadores e lutadoras da Reforma Agrária Popular. Durante a 2ª edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que ocorre entre os dias 4 e 7 de maio, no Parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo, os visitantes poderão experimentar pratos de 22 estados, que estarão representados no espaço gastronômico. “Esta será uma feira onde apresentaremos o alimento como arte”, anuncia João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do MST.

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Acarajé da Bahia. 

Débora Nunes, da Direção Nacional do MST, destaca a importância do espaço gastronômico como expressão das diversas dimensões da luta pela Reforma Agrária. “Queremos comercializar nossos produtos, produzidos nos assentamentos e acampamentos, mas também queremos trazer a São Paulo todo o resultado do nosso processo de organização. E a ‘Culinária da Terra’, a comida produzida pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra no cotidiano de sua luta, é uma das mais importantes expressões culturais do nosso movimento”.

Quem quiser sentir o gostinho da Bahia, poderá experimentar a tradicional moqueca baiana, o bobó de camarão ou a tapioca, que também será preparada por cozinhas de outros estados. Ainda da região nordeste, o estado de Pernambuco fará o cuscuz, acompanhado de carne de bode ou charque. E o Ceará pretende levar o público ao deleite com o baião de dois e o cozido de carneiro.

São Paulo oferece uma variedade de quitutes, como bolos e tortas caseiras. Já Minas Gerais, seguindo suas mais saborosas tradições, serve o feijão tropeiro, e claro que não poderia faltar o pão de queijo mais famoso do mundo.

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Galinhada com pequi, um fruto do cerrado.
Foto: Joka Madruga

Algumas regiões vão surpreender os visitantes, com sabores exóticos, pouco comuns na maior cidade do país. É o caso da região centro-oeste, que traz a típica galinhada com pequi, um fruto do cerrado que provoca uma verdadeira explosão de sabor e perfume inconfundíveis.

O arroz de carreteiro e a polenta ficarão por conta dos estados do sul do país, que também oferecem uma boa diversidade de embutidos.

As mesmas mãos que capinam a roça, cultivam as sementes e colhem os frutos, são as que transformam o alimento em gastronomia com sabor a luta. O espaço ‘Culinária da Terra’ funcionará durante os quatro dias da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária e a entrada é gratuita, aberta ao público de todas as idades.

Confira programação completa da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária