Em diálogo com o anseio popular, MST quer Reforma Agrária nas terras dos corruptos
Da Página do MST
Com ações desenroladas até agora em nove estados, o MST reivindica a realização da Reforma Agrária, para por fim à situação das mais de 120 mil famílias Sem Terra hoje acampadas no país. O alvo para as ações foram políticos latifundiários acusados ou indiciados por corrupção, como o presidente golpista, Michel Temer, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e o ministro Blairo Maggi.
A Jornada Nacional pela Reforma Agrária acontece em todas as regiões do país, nos seguintes estados: Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Sergipe, Piauí e Maranhão. Na Bahia e em Sergipe, os trabalhadores ocuparam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e realizaram marchas.
No Maranhão, em nome da soberania nacional, trabalhadores bloquearam o acesso à Base Militar de Alcântara, para denunciar a tentativa de entrega deste território aos Estados Unidos, numa postura antinacional do golpista Temer.
Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, faz um balanço das atividades e alega que a intenção do Movimento é justamente denunciar que, no Brasil, a terra e o dinheiro dos corruptos foi roubado do brasileiro.
“Terras que poderiam estar a serviço da população, principalmente no período de crise que vivemos, uma crise que deixou 14 milhões de desempregados, gente passando fome, enquanto terras improdutivas e a serviço desses corruptos não cumprem com sua função social”, alega. “Lutamos para que as terras destes corruptos sejam destinadas à Reforma Agraria para que possamos resolver a situação de milhões de pessoas neste país”, conclui Gilmar.
Entre os alvos das ações, alguns têm pouca incidência na pauta nacional, como o senador piauiense pelo PP, Ciro Nogueira. Entretanto nomes como Ricardo Teixeira, Blairo Maggi e mesmo Michel Temer, proprietários de fazendas ocupadas hoje pelo MST, tem passagem frequente nas telas da mídia e em inquéritos de CPIs que apuram atos de corrupção.
O ex-presidente da CBF, indiciado por mais de uma dezena de crimes na última CPI do futebol, é investigado pelo FBI (a Polícia Federal norteamericana) por negociar a venda de votos na escolha das próximas Copas do Mundo. Recentemente, foi acusado de estelionato e lavagem de dinheiro e teve sua prisão decretada pela Polícia da Espanha.
Não somente nas terras de Teixeira está a ligação entre especulação fundiária, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Tendo questionada a valorização astronômica da fazenda Esmeralda em poucos anos, o Coronel Lima é a possível ligação com o atual presidente Michel Temer de propinas em esquemas na Eletronuclear, segundo delações já homologadas no âmbito da operação Lava Jato.
Os trabalhadores seguem mobilizados na Jornada Nacional de Lutas, que demanda a realização da Reforma Agrária nas terras dos corruptos e se opõe à agenda de ataques dos golpistas aos direitos dos camponeses.
“É nessa jornada que vamos mostrar a força da luta pela Reforma Agrária, mas também contra todas as reformas que o golpista quer impor, bem como a MP 759 e a medida que estrangeiriza as terras públicas, que estão acabando com a possibilidade de Reforma Agrária e de redemocratização da terra”, adverte Mercedes Queiroz, também da direção nacional do MST.
As ações seguem numa vigília pela democracia, já que está previsto para o próximo dia 02/08, a votação na Câmara dos Deputados da aceitação ou não do julgamento do STF sobre a corrupção de Temer. O MST exige seu imediato afastamento e a convocação de “Diretas Já!”.
*Editado por Rafael Soriano