Programa de Segurança Alimentar estimula a produção agroecológica e gera renda no campo
Por Agatha Azevedo
Da Página do MST
Nascido do diálogo entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social de Minas Gerais (SEDESE), o plano emergencial do Programa de Segurança Alimentar e Nutricional em áreas de Reforma Agrária (PSA) visa garantir a subsistência e o desenvolvimento de pequenos projetos coletivos e comunitários em áreas de acampamento e pré-assentamentos do Estado de Minas Gerais.
O projeto desenvolve um modelo alternativo de produção, beneficiamento e comercialização de alimentos, com base em um projeto popular de sociedade que combate a fome, desigualdade social, a degradação da natureza e questiona os ideais de propriedade no campo, melhorando as oportunidades de vida e garantindo a sobrevivência e a permanência das famílias, principalmente dos jovens, no meio rural. Esta é a segunda vez que o PSA ocorre, a primeira foi entre 2000 e 2001, e nesta etapa do plano emergencial 4 mil famílias de 83 áreas foram beneficiadas pelo projeto, que se encerra no mês de abril de 2018.
Na prática, o PSA trabalha com os pilares da agroecologia e da cooperação dos trabalhadores do campo para produzir de forma diversificada, coletiva e sem agrotóxico, que se opõe ao modelo de monocultivos do agronegócio. Para isso o projeto contou com kits produtivos de hortaliças, apicultura, avicultura, suínos, lavoura, cozinhas comunitárias e campos de sementes. Esses insumos produtivos é uma ensaio, uma preparação para quando a conquista da terra se efetivar na legalidade.
A proposta é a de que o PSA continue avançando no estado, e possa cada vez mais incentivar a produção de forma solidária e ajudar a manter as famílias que lutam pela redistribuição de terras no estado. Ester Hoffmann, da Direção Nacional do MST, afirma que este programa é uma grande conquista para a Reforma Agrária Popular, mas ainda precisa de muitos avanços. “Este programa precisa se tornar política pública para que todas as famílias acampadas possam ter acesso.”