Sem Terrinha afirma compromisso na luta pelos direitos da criança

Elas apresentaram seus compromissos nos desafios da luta, da formação e da organização das crianças nos mais diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária.

 

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Ato de encerramento do Encontro em Brasília. Foto: Juliana Adriano

 

Por Gustavo Marinho 
Da Página do MST

Durante os dias 23 e 26 de julho, o MST realizou o 1° Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha, que é o resultado de um processo acumulativo dos Encontros de crianças em todos os estados onde o Movimento está organizado e da própria vontade delas em produzir um espaço de trocas e aprendizado.

Na atividade de encerramento do Encontro, as crianças Sem Terrinha apresentaram seus compromissos nos desafios da luta, da formação e da organização das crianças nos mais diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária.

“Nos comprometemos a lutar pelos direitos das crianças Sem Terra, organizando as crianças nos acampamentos e assentamentos”, destacou trecho da carta compromisso das crianças, lida durante a mística que reuniu todos os 1200 Sem Terrinha, reforçando a importância dos espaços que estimulem sua participação e a organização, impulsionando a contribuição das crianças na luta e na construção da Reforma Agrária Popular.

A carta ainda apontou a tarefa da luta pelas escolas do campo de Norte a Sul do Brasil. “Nos comprometemos a ter manifestação das crianças para lutar pelos nossos estudos, devemos organizar espaços de leitura, fazer atividades culturais para as crianças e lutar por escolas do campo”.

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Foto: Elitiel Guedes

Alimentação saudável: um direito de todas e de todos

Os compromissos ressaltaram ainda a luta pela alimentação saudável, “lutar contra a violência e por alimentos sem agrotóxicos”.

Maria Izabel Grein, do Setor de Educação do MST reforça que a alimentação que o MST quer é aquela que produz vida, desenvolvimento e saúde, que são direitos de todos e todas.

Segundo ela, a importância de discutir o tema no Encontro está diretamente ligada ao fato de as crianças, como participantes da família, terem uma influência muito grande no modo de consumo de comida no núcleo familiar.

O Encontro também discutiu necessidade de pensar um modelo de produção sustentável que dê qualidade de vida a adultos e crianças. “Produzir agroecologicamente é produzir com semente crioulas, de uma forma natural, garantindo o camponês como guardião de sementes e a população como consumidora de alimento saudável de verdade”.

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Foto: Elitiel Guedes

Pablo Rodrigues, 12 anos, Sem Terrinha do Acampamento Irmã Dorothy, na Bahia, considera a alimentação saudável como um direito. “No Brasil, a gente compra mais agrotóxicos do que qualquer outro país do mundo. Teve uma época que era proibido, mas agora é liberado, e isso envenena a nossa comida e tira nosso direito”, explica ele.

O Encontro recebeu ao todo 1200 crianças, que participaram de diversas oficinas das mais variadas linguagens. Márcia Ramos, da coordenação do Encontro e do Setor de Educação, falou sobre a importância de garantir experiências lúdicas, políticas e pedagógicas para as crianças, e da iniciativa de um Encontro com as crianças, que foi “a expressão mais bonita que o MST já teve de organização e mobilização das crianças, que ajuda a garantir que cada vez mais as nossas crianças tenham o direito de ter acesso a cultura, saúde, educação”. Segundo ela, as crianças agora irão construir a infância nos estados e refletir sobre um próximo Encontro.

*Editado por Iris Pacheco