MST se solidariza com estudantes camponeses no Piauí

Os estudantes estão sendo perseguidos por cobrarem mais cursos para os povos do campo

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Da Página do MST

A educação é  um direito fundamental, o acesso ao ensino superior deve ser garantido à todas as populações seja do campo o da cidade. Quando esse direito não é cumprido é necessário que se lute por ele, e lutar por direito não é crime. 

No estado do Piauí estudantes estão sendo perseguidos ao ponto de serem denunciados e indiciados, por depedração do patrimônio público. Na prática os estudantes estavam no ato público na reitoria da Universidade Federal do Piauí para cobrar a emissão de editais convocando novos vestibulares para cursos destinado aos povos do campo, este processo estava parado a mais de dois anos. O ato foi realizado no dia 08 de agosto do ano passado e reuniu cerca de 150 estudantes de cursos de Licenciatura do Campo. A manifestação foi vitoriosa, no mesmo dia os editais foram publicados.

Na tarde desta sexta-feira, 10/08, uma audiencia será realizada entre os estudantes e José Arimateia Dantas Lopes reitor UFPI. 

O MST no Piauí emite nota de solidariedade aos três estudantes perseguidos. Acompanhe:

Nota de Solidariedade 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST no Estado do Piauí vem, através
do seu Setor de Educação em nota pública, repudiar a ação arbitrária e antidemocrática da
Universidade Federal do Piauí em que criminaliza três Estudantes de Licenciatura em Educação
do Campo. 

Compreendemos que os estudantes denunciados e indiciados pelo Ministério Público estão sendo criminalizados, vítimas de uma perseguição política e em postura antidemocrática. Os acadêmicos de Licenciatura do Campo estão tendo seus direitos de livre manifestação pública cerceados. 

O MST Piauí considera esta situação, uma clara tentativa de intimidação a toda e qualquer forma de
mobilização popular que reinvidica o direito democrático à educação pública. O curso de Licenciatura em Educação do Campo é uma política pública de educação de responsabilidade do MEC, em parceria com a Universidade Federal do Piauí. Esclarecemos que a UFPI foi omissa em não publicar dois editais de seleção para formação de novas turmas por dois anos seguidos, o que configurou atraso na oferta de 04 turmas, atrasando o engresso de pelo menos 240 estudantes camponeses no ensino superior.

Diante disso, os estudantes se manifestaram em ato público, pacifíco e democrático em frente à Reitoria em defesa dos editais que são de interesse público. Na tentativa do diálogo os estudantes foram barrados na porta de acesso a Reitoria pelo aparato de segurança da UFPI. 

O MST repudia veemente a tentativa de criminalização dos estudantes das LEDOC que têm sido
porta vozes do protagonismo da luta em defesa da educação pública superior que é um direito e uma política historicamente negada aos camponeses e camponesas desse país. 

Educação é direito, não mercadoria!

MST – Piauí

*Editado por: Reynado Costa