Por justiça no STF, Greve de Fome completa 22 dias
Sete trabalhadores e trabalhadoras, dos quatro cantos do país, firmam os pés em Brasília, desde o último dia 31 de julho, em Greve de Fome por justiça no Supremo Tribunal Federal (STF). A ação denuncia a situação caótica instaurada pelo golpe no país.
Parlamento, mídia, capital financeiro e setores da justiça também são denunciados pelos grevistas.
Jaime Amorim (58), membro da direção do MST e da Via Campesina reafirma sua opção política e denúncia a subserviência do poder judiciário. “Passar fome nesta greve é uma opção militante. Passamos fome hoje para que milhões de brasileiros e brasileiras não passem fome por não ter comida na mesa”.
Já Leonardo Soares (22), agregado ao grupo no dia 6 de agosto, traz o vigor característico do Levante Popular da Juventude. “Essa greve de fome tem a função de fomentar a participação e a organização do povo”, explicou.
Já Vilmar Pacífico, 60 anos, Vilmar Pacífico, vindo do Paraná, trouxe consigo sentimentos contrários ao seu sobrenome. Para ele é necessário ter sempre presente a indignação de um povo que enfrenta diariamente a pressão e a agressão por parte das forças do estado. “A justiça deveria servir ao povo, deveria ser o nosso lugar de socorro, mas o que temos observado a cada dia é que ela se presta ao serviço do capital e vira as costas para aqueles que deveria cuidar”, argumenta.
Frei Sérgio Görgen (62), também grevista é conhecido por ser um homem de fé e luta, é um dos dirigentes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e também participa da greve. Ele relembra com indignação os tempos em que era quase uma rotina sepultar crianças que morriam vítimas da desnutrição. “Não podemos admitir que um país como o Brasil corra o risco de retornar ao mapa da fome”, denuncia. “Os Ministros do STF precisam voltar a ter algum tipo de conexão com a população brasileira”, completa.
No mesmo sentido se manifesta Rafaela Alves, militante e poeta, através de versos: “A situação está extrema para onde vai a nação? Com epidemias, desemprego sem saúde e educação. Políticas sociais extintas, resta abandono destruição. Contra negros, jovens, mulheres a violência só alimenta. Os preços desenfreados. O povo já não aguenta! A mídia segue mentindo e nossas redes a enfrenta”.
O documento também denuncia o aumento da violência, o abandono de setores e políticas públicas essenciais, como saúde e a educação, a volta das epidemias e da mortalidade de crianças, o aumento do preço de produtos básicos, como o gás de cozinha, comida e combustíveis; além das tentativas de aniquilamento da soberania nacional através da entrega ao capital estrangeiro de bens naturais.
ONU