Jornada mineira de alfabetização realiza círculos de cultura
Mais de 900 educandos participarão da segunda fase do projeto em Minas Gerais

Da Página do MST
Os municípios de Almenara, Tumiritinga, Novo Cruzeiro, São Joaquim de Bicas, Ibirité, Itatiaiuçu, Montes Claros e Teófilo Otoni finalizam o método “Sim, eu posso!” ao longo do mês de outubro, e a formação serviu para consolidar os aprendizados sobre educação popular, intencionalizando-os para o novo formato a ser trabalhado em sala de aula.
Durante a formação, foram estudadas a concepção de cultura para o MST, as linguagens artísticas, o conceito de arte e educação, comunicação e expressão, e como trabalhar as histórias de vida dos educandos, tudo isso para munir os educadores e as educadoras de conteúdos para as aulas, que serão em roda e com bastante diálogo.

O educador Thiago Sampir, que atua no município de Tumiritinga, fala sobre a importância da confiança e das relações humanas no aprendizado. “É só começar a falar de trabalho, de opressão, que a galera começa a falar, não precisamos inventar o que é trabalhador, a gente sabe contar história de emprego em loja de moto, açougue, livraria, mercearia, a gente também sabe de quem somos filhos.
O desabafo gera tanto a vontade de escrever aquelas tantas palavras da opressão, quanto as palavras da libertação. O que faz aprender a escrever é sentimento, não só razão.”
A formação refletiu também o caráter de instrumento de consolidação da alfabetização dos Círculos de Cultura, ao mesmo tempo em que são utilizados para a formação da consciência crítico-libertadora. Para tanto, a história de vida, bem como a realidade vivida por educandos e educandas, tem que ser parte do conhecimento dos(as) educadores e educadoras. A coordenadora afirma que “no &”39;Sim, eu posso!&”39;, o educando ou a educanda sai do anonimato, tem a sua autoestima elevada e lhe é conferido o lugar de construtor, arquiteto ou protagonista de sua história”, e é esta a perspectiva política e emancipadora que a Jornada traz desde seu início.

Jornada Mineira de Alfabetização diz “EleNão
Potencializando a educação popular e o avanço da coletividade através das artes, a formação incentiva o pensar, e se soma à luta contra o candidato à Presidência da República que destila ódio, racismo, machismo e homofobia contra o povo brasileiro. Ser contra o des-projeto de Brasil proposto por este candidato é se colocar em favor da alfabetização.
O “Sim, eu posso!” se coloca na luta pela democracia, contra o ódio, a violência e o fascismo, que ameaçam toda a sociedade. Iara Gondim, uma das coordenadoras do projeto e parte do Setor de Educação do MST, reforça o caráter fundamental da participação dos educadores, e principalmente das educadoras, no ato. “Esta ação reforça o nosso debate de gênero dos municípios, foi um espaço de aprendizado muito grande, e de vivência da cultura do povo que estava ali. Vimos a força das mulheres durante a marcha”.