De casa em casa, militantes fazem mutirão para eleger Haddad

A ação ocorreu nas duas últimas semanas, com mais de 100 pessoas mobilizadas nos bairros da capital paranaense

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O mutirão contou com a participação de integrantes do MST e militantes de organizações populares do meio urbano. Foto: Divulgação/MST 

 

Por Ana Luiza Olmelzuck, Kelen Alvese e Maria Julia Vieira*
Da Página do MST

 

Está próximo o dia da votação do segundo turno das eleições, que coloca em disputa dois projetos bem diferentes: um é o de Fernando Haddad (PT), que atende os interesses do povo, e o outro de Jair Bolsonaro (PSL), que coloca a democracia do país em risco. 

Neste cenário, integrantes do MST, das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, junto com militantes de organizações populares do meio urbano fizeram a entrega de jornais do Brasil de Fato nos bairros da cidade de Curitiba (PR) e dialogaram com a população.

As ações tiverem a participação de militantes do curso Nacional de Formação de Militantes do MST, do Curso de Comunicação Popular Ulisses Manaças e da Brigada Agitação e Propaganda do MST-PR Carlos Marighella, que acontece no Centro de Formação Marielle Vive, próximo à Vigília Lula Livre, no bairro Santa Cândida. 

O mutirão ocorreu nas duas últimas semanas, com mais de 100 pessoas, e passou pelos bairros e vilas de Curitiba, como Cajuru, Vila Formosa, Uberaba, Vitória Regia, Vila Verde, Sabará, Vila Nossa Senhora da Luz, Boqueirão, Alto Boqueirão, ocupação Tiradentes, Dona Cida e Nova Primavera. O município de Colombo também recebeu a visita dos militantes.

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João Jacó é morador da Vila Formosa, em Curitiba,
e está com Haddad. Foto: Letícia Vieira 

Roan Teixeira da Silva, militante do MST e um dos integrantes da coordenação do mutirão, falou sobre as características e os benefícios que o mutirão traz para conjuntura atual. “A gente conheceu a realidade de cada lugar. Conseguimos dialogar melhor com a sociedade e conhecer lugares diferentes. As pessoas estão dispostas a conversar. Além de abrir o diálogo para a política, para debater o projeto popular, o projeto para o futuro, elas estão também dispostas a falar da própria realidade do bairro, e de falar as suas necessidades”, comentou. 

O jovem Jeison Alex Kanio e sua mãe, Telma de Fátima, moradores do bairro Uberaba, falam porque não votam em Bolsonaro. “Eu acho que ele é muito preconceituoso. Ele, já na primeira palavra, foi contra a mulher. É uma pessoa racista. Como que a gente vai ter uma pessoa racista no poder?”, disse Telma.

“Ele não é a favor dos trabalhadores e da comunidade pobre. Ele quer tirar todos os benefícios que o povo lutou anos para ter. Ele quer acabar do nada. Eu acho que é uma injustiça, ele não é merecedor”, opinou Jeison.

Já o militante Rafael Abiougauck afirma que é muito importante o mutirão, pois está garantindo a construção de um processo de conscientização do povo a favor da democracia, a favor da saúde, a favor dos direitos humanos. 

Por outro lado, Indianara Barros, que é moradora da Vila Canaã, uma das mais de 400 áreas que não possuem regularização fundiária em Curitiba, fala sobre a falta de propostas para a questão da moradia no plano de governo de Jair Bolsonaro: “Me preocupa um pouco o plano de governo do candidato Jair Bolsonaro, pelo fato dele não ter nem uma proposta para a regularização fundiária, pela questão social da propriedade, pelo contrário”.

E completa: “As propostas dele são contra tudo isso. Então, se você olhar o plano de governo dele, você vai perceber que ele quer tipificar como terrorismo as ocupações de propriedades rurais e urbanas, do território brasileiro. As pessoa de baixa renda, que são a maioria da população, não vão mais ter acesso a moradia”. 

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Regina Carvalho e Jaqueline Bressan moram da Vila Formosa e também estão Haddad.
Foto: Wagner dos Santos

“Quem é de Deus é de paz e acolhimento”

Na segunda-feira (22), os integrantes do mutirão também participaram de um ato inter-religioso na Praça Santos Andrade em Curitiba (PR). A religiosa Elsa Zuanazzi, da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry, destaca que “estamos em defesa da vida daqueles que mais precisam e, de modo especial, dos pobres e dos oprimidos. Sabemos que vivemos um momento muito instável onde a democracia está em risco”, alertou.

Sobre o atual momento político brasileiroa, Dom Naudal Alves Gomes, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, comentou: “Estamos em tempo de eleição. Como líder cristão, busco incentivar as pessoas, não só os cristãos, mas também as pessoas que tem fé em Deus, a terem uma posição de acordo com o conhecimento de Deus. Nesse tempo de eleição, quem é de Deus deve ser pessoa de paz e de acolhimento”, concluiu. 

 

*Editado por Wesley Lima.
**Essa matéria é resultado do Curso de Comunicação Popular Ulisses Manaças, realizado entre os dias 12 e 26/10, na Vigília Lula Livre, em Curitiba (PR).