Acampamento Marielle Vive! realiza ato ecumênico em homenagem a Luis Ferreira

O ato contou com a presença de representantes de diversas linhas teológicas cristãs

 

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O ato contou com presença de familiares de seu Luis, famílias acampadas, representantes de organizações e religiosos de diversas linhas teológicas cristãs – Fotos: Filipe Augusto Peres

Por Coletivo de Comunicação MST/SP
Da Página do MST

 

“Por causa de um pouco de terra/ Por uma fatia de pão/ Mataram mais um irmão/ Mas ele ressucitará/ O povo não esquecerá”. A canção do Padre Zezinho foi lembrada e retomada em diversos momentos do ato ecumênico realizado no acampamento Marielle Vive!, no último domingo (28), em homenagem à memória do acampado Luis Ferreira da Costa.
 

Seu Luis, como era conhecido, foi covardemente assassinado pelo vendedor Leo Luiz Ribeiro no último dia 18 de julho, em Valinhos (SP). O assassino usou sua caminhonete intencionalmente em direção aos acampados do MST enquanto estes realizavam um protesto pacífico, distribuindo alimentos e reivindicando o fornecimento de água à prefeitura.
 

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O ato contou com presença de familiares de seu Luis, famílias acampadas, representantes de organizações e religiosos de diversas linhas teológicas cristãs. Comovido com o ato e com a presença maciça dos acampados, um dos filhos agradeceu ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra por não ter abandonado o seu pai em nenhum momento.
 

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Durante o ato foram lembrados
 aspectos da vida e morte de Seu Luis

Antes do início das falas das autoridades religiosas, representantes das igrejas Católica Apostólica Romana, Assembleia de Deus e Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, juntamente com os moradores do acampamento Marielle Vive! assistiram a mística realizada pelo acampamento, que mostrou as várias faces de Seu Luis: pedreiro, agricultor, militante e estudante (Luis Ferreira da Costa era educando de Alfabetização de Jovens e Adultos no próprio acampamento, se formaria em breve e sonhava em tirar a carteira de motorista).

Para o Pastor Paulo, da Igreja Assembleia de Deus, o ato em homenagem a Seu Luis serviu para “mostrar a importância que tem uma vida, que sofreu, que morreu à luta em prol de uma terra e morreu injustamente”. O Pastor ainda fez questão de lembrar que Luis Ferreira da Costa “morreu de forma trágica e inocente” mas com o propósito de lutar pela terra.
 

Já o Pastor Lauri Roberto Becker, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, a vida e morte de Seu Luis, assim como de seus companheiros Sem Terra, sua luta pela Reforma Agrária, a luta para que se tenha pão na mesa, para que se tenha água para beber, para que se tenha fraternidade entre as pessoas, significa “colocar mais o Reino de Deus entre as pessoas”. Lauri ainda afirmou que cada vítima, cada mártir é “mais uma semente lançada que vai brotar”.
 

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Ato aconteceu no acampamento
Marielle Vive! em Valinhos, SP

Após a celebração do ato ecumênico, os acampados do Marielle Vive! e os filhos de Luis Ferreira da Costa plantaram duas árvores para simbolizar a vida deste novo mártir popular. Uma muda foi plantada ao lado do local em que celebrou-se o ato e a segunda dentro de seu lote, por seus próprios filhos, em frente ao seu barraco de lona para crescer ao lado de sua horta orgânica.
 

O Padre Benedito Ferraro, da Arquidiocese de Campinas, quando remeteu-se à memória das ações de Seu Luis em vida, lembrou o Capítulo 15, versículo 13 de São João: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Seu Luis não só deu a vida por outra pessoa mas também nos deu a esperança de que esta terra é nossa!”.
 

As famílias do Acampamento Marielle Vive! seguem sua luta pelo direito à terra e à água. O MST acompanha todo o processo para que este crime não fique impune.

*Editado por Fernanda Alcântara