Estados Unidos atacam agricultura iraquiana

De acordo com a Irmã Sharine, freira dominicana iraquiana, que vive em Bagdad, fazem mais de oito anos que os Estados Unidos bombardeia, diariamente o país. Em visita ao Brasil ela deu um depoimento aos militantes sociais em São Paulo sobre a situação do Iraque. A seguir, algumas das revelações:

1. Faz mais de oito anos que os Estados Unidos bombardeia diariamente o Iraque. Este é um dos motivos da fome entre o povo. Uma das técnicas utilizadas é o bombardeamento da agricultura iraquiana com todo tipo de vírus. Lançaram vírus e germes que acabaram com a agricultura nacional. Até ratos, lançaram em bolsas, por pára-quedas.

2. O Estados Unidos utilizaram armas químicas em seus bombardeios sistemáticos que vem fazendo desde então. Praticamente não existe mais água potável em todo o país, sobretudo em Bagdad.

3. Até hoje a população Iraquiana sofre as conseqüências da guerra de 1990 pelo uso que os Estados Unidos fizeram de munição com urânio empobrecido, que causa câncer aos sobreviventes.

4. As Nações Unidas até hoje não liberou a entrada de remédios para atender os Hospitais. Milhares de crianças morrem por absoluta falta de medicamentos simples.

5. O Povo Iraquiano está deprimido, como que aceitando a condenação de ser um povo que dorme em cima de um colchão de petróleo e por isso atrai tanta ganância das empresas estadunidenses e, por estar em cima de tamanha riqueza, estar condenado à pobreza e muitos à morte.

6. Não haverá nenhuma reação do povo. O Povo não está armado. É mentira da televisão. E o pior, todos sabem que será um verdadeiro massacre. Um genocídio. Desde a guerra de 1990, Bagdad aumentou em oito vezes a sua população e hoje tem 8 milhões habitantes. Destes 70% são oriundos do interior, sem emprego, recebendo cesta básica do governo para não morrer de fome.

7. A certeza da tragédia é tão grande que a madre superiora de Irmã Shrine, ao despedir-se dela em Bagdad, recomendou que ela ficasse no Brasil, por seis meses, assim, depois da guerra, ela poderia retornar e recomeçar a congregação das Dominicanas, pois elas têm certeza que todas morrerão .

Em 8 de fevereiro ela partiu para Madrid. De lá ela vai para Aman, na Jordânia. De lá, vai até a fronteira com Iraque e depois mais 17 horas de carro pelo deserto, até Bagdad.