Militantes do MST são libertados em Alagoas

Depois de 14 dias na prisão, os Sem Terra José Roberto da Silva, Hercílio Leandro, José Carlos da Silva, Maria do Ó dos Santos e Josivânia da Silva foram libertados hoje. O pedido de habeas corpus foi aceito pelo desembargador Petrúcio Ferreira, do Tribunal Regional Federal da 5ª região, em Recife.

O Ministério Público Federal já havia solicitado a revogação da prisão dos trabalhadores e das trabalhadoras, mas o pedido tinha sido negado pelo juiz federal André Carvalho Monteiro.

Os Sem Terra estavam presos desde o dia 26 de abril. Convocados para comparecer à delegacia somente para prestar depoimento, receberam ordem de prisão e foram imediatamente detidos. Eles foram acusados de cometer infrações durante a ocupação feita na sede do Incra no estado, nos meses de fevereiro e março.

Na época, cerca de três mil trabalhadores e trabalhadoras ligados ao MST montaram acampamento durante 32 dias em frente à sede do Incra cobrando o atendimento de diversas reivindicações, entre elas a agilidade na Reforma Agrária.

De acordo com a direção estadual do MST em Alagoas, a pressão da sociedade civil foi fundamental para a decisão do Desembargador Ferreira em acatar o pedido de habeas corpus. O ex-bispo Emérito de São Félix do Araguaia (MT) Dom Pedro Casaldáliga foi um dos primeiros a manifestar sua indignação. Em carta ao Desembargador Federal Petrúcio Ferreira, o religioso pediu “um gesto de compreensão e de liberalidade com respeito aos trabalhadores rurais”.

Em nota divulgada na imprensa, mais de 30 entidades da sociedade civil repudiaram a prisão política dos líderes do MST e denunciaram o retorno da arbitrariedade em Alagoas.

Mais de 300 trabalhadores rurais ligados ao MST permaneceram em vigília na frente dos presídios pedindo a libertação dos presos. Outros movimentos sociais ligados à luta pela Reforma Agrária, como CPT e MLST, além de entidades estudantis e sindicais também manifestaram solidariedade exigindo a liberdade dos Sem Terra.