Sem-teto acampam para pressionar governo de SP

Cerca de 65 famílias sem-teto estão há 20 dias acampadas em frente ao prédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo. Elas exigem uma solução para os trabalhadores e as trabalhadoras que foram despejados de duas ocupações nesse mês.

Até o momento, a única proposta da Prefeitura foi pagar passagens de volta às cidades de origem ou colocar as famílias em albergues. Mas, segundo os sem-teto, as vagas não eram suficientes para todos. Além disso, “o albergue desagrega a família”, diz um dos coordenadores do acampamento. “O movimento tem trabalhado para construir a cidadania dessas pessoas”, completa o morador, que só se identificou como Hamilton.

Organizados no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto da Região Central (MTST-RC) e no Movimento de Defesa de Moradia (MDM), as famílias pedem uma política de inclusão habitacional. “Continuaremos lutando por atendimento imediato e um programa habitacional, já que as famílias de baixa renda estão excluídas dos existentes”, dizem os movimentos em carta.

Histórico

No dia 06 de junho, cerca de 51 famílias do MTST–RC foram despejadas pela sétima vez. O prédio, na rua da Mooca, foi ocupado em janeiro por 36 famílias. A maior parte trabalha com materiais recicláveis e cerca de 10% têm emprego formal.

Depois da reintegração de posse, elas se juntaram a cem famílias do MDM que foram expulsas de uma ocupação na rua da Consolação em 02 de junho.

“Continuaremos enfrentando de forma organizada o descaso do Estado e qualquer tentativa de marginalização. Para alcançarmos o desenvolvimento social e redução da desigualdade entre irmãos brasileiros, o povo não pode ser subjugado”, diz a carta conjunta.