Via Campesina realiza ato ecumênico em homenagem a Keno

Neste sábado, dia 27, a Via Campesina e os movimentos sociais de todo Paraná, realizam um Ato Ecumênico e Político de 7° dia do assassinato do militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina, Valmir Mota de Oliveira, (Keno), de 34 anos, que aconteceu no último domingo, dia 21.

O Ato Ecumênico será as 10h30, no Acampamento Terra Livre, em Santa Tereza do Oeste, no campo de experimentos da multinacional Syngenta, onde Valmir foi executado com dois tiros à queima roupa, por uma milícia armada, ligada a Syngenta, Sociedade Rural da Região Oeste (SRO) e a Movimento dos Produtores Rurais (MPR).

Os trabalhadores prestarão homenagem à memória do militante, a sua luta pela Reforma Agrária e farão ato político contra a truculência do agronegócio e das transnacionais. A Via Campesina exige a punição dos assassinos e dos mandantes do assassinato de Keno, e do ataque aos camponeses.

Estarão presentes o deputado Federal do PT, Dr. Rosinha, o deputado Federal também do PT, Assis do Couto, representante do Ministro da Justiça,o deputado estadual do PT, Elton Welter, padres, pastores, representantes de pastorais e integrantes de movimentos sociais

Histórico das Denúncias

23 de janeiro de 2007: Nas dependências do Fórum de Cascavel, Alessandro Meneghel, da Sociedade Rural do Oeste do Paraná ameaça e agride verbalmente Célia Lourenço. Os fatos foram registrados em Boletim de Ocorrência.

27 de março de 2007: uma pessoa não identificada ligou, de um telefone público, localizado no centro da cidade de Cascavel, para a Secretaria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Cascavel e disse para Ivonete Aparecida Oliveira de Jesus (que atendeu ao telefone), que avisasse Celso Ribeiro Barbosa, Célia Lourenço e Valmir Mota de Oliveira (Keno – assassinado em 21.10) tomarem cuidado porque “a UDR estava preparando uma armadilha para eles”. As ameaças foram registradas em Boletim de Ocorrência por Keno.

20 de julho de 2007: no assentamento Olga Benário, localizado no município de Santa Teresa do Oeste, ao lado da fazenda experimental da Syngenta, famílias do MST foram gravemente ameaçadas por “seguranças” fortemente armados, contratados pela multinacional. Conforme Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Santa Tereza do Oeste, sob o n° 108/07, “seguranças da empresa Syngenta invadiram seu terreno, e lá permaneceram por cerca de quarenta minutos”. Segundo relatos dos agricultores, os seguranças efetuaram disparos de arma de fogo de grosso calibre durante a noite, e ameaçaram inclusive crianças do local. Os fatos também foram denunciados pela Policia Federal, que posteriormente realizou uma operação na sede da NF, apreendendo munição ilegal. Foram informados o Ouvidor Agrário Nacional, o Delegado da Policia Federal de Cascavel, o Superintendente da Policia Federal de Curitiba e o Secretario de Segurança Pública.

28 de agosto: A Terra de Direitos denunciou as ameaças sofridas por Keno, Célia Aparecida e Celso Barbosa ao Programa Nacional de Defensores de Direitos Humanos, solicitando medidas para garantir a proteção dos mesmos.